Possivelmente submerso há 100 milhões de anos, quando América do Sul se separou da África
Uma expedição científica, com participação japonesa e brasileira, descobriu no sul do Oceano Atlântico uma montanha submarina que não se corresponde à formação vulcânica, mas sim a rochas de origem continental, anunciou na segunda-feira o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), numa conferência de imprensa no Rio de Janeiro.
O achado ocorreu numa zona conhecida como elevação do Rio Grande, onde a equipe investigava a presença de possíveis minerais. A montanha está situada a 4.200 metros de profundidade no Atlântico Sul, a 1.500 km da costa brasileira.
A região é um complexo de montanhas que se elevam há até 3.200 metros a partir do leito do mar.
Os cientistas recolheram amostras de granito e minerais, como ferro, manganês, cobalto, cobre, níquel, nióbio e tântalo. Materiais muito importantes do ponto de vista científico.
“Estes exemplos reforçam a hipótese de que a elevação do Rio Grande é um continente que afundou há 100 milhões de anos, quando a América do Sul se separou da África”, disse Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais do CPRM.
“Isso pode revolucionar nossa compreensão da formação e evolução da crosta terrestre”, disse Ventura.
A embarcação utilizada foi o minisubmarino japonês Shinkai 6500, com capacidade para 3 pessoas; dois pilotos e um cientista. Ele é equipado com braços mecânicos e câmeras de alta resolução e é o único que pode alcançar com tripulação as profundezas da elevação do Rio Grande.
A expedição, chamada ATA-PIUNA, que significa em guarani ‘navegar em águas profundas e escuras’, começou em 13 de abril a partir da Cidade do Cabo na África do Sul com seis cientistas brasileiros e japoneses.
O trabalho consistiu no mapeamento e coleta de material biológico e geológico do fundo do mar do Atlântico Sul, incluindo áreas da plataforma continental e da zona econômica exclusiva do Brasil.
Primeiro se cobriu a elevação do Rio Grande e a Cordilheira de São Paulo. Em seguida, explorou-se o Planalto de São Paulo para investigação científica e possível identificação de recursos naturais e minerais para fins econômicos.
A pesquisa é parte de um projeto maior, chamado “Busca pelos limites da vida”, que visa explorar os ambientes mais profundos do planeta.
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