Desastres naturais em alta na China

24/07/2013 17:57 Atualizado: 24/07/2013 17:58
Terremotos lideram os prejuízos e perdas econômicas
Uma senhora chinesa chora por sua casa destruída no município de Hetuo, província de Gansu, China. Os tremores locais deixaram 73 mortos e cerca de 600 feridos (STR/AFP/Getty Images)

O número de desastres naturais que têm ocorrido na China este ano tem sido bastante elevado, com terremotos mais frequentes do que o previsto.

A média anual de terremotos na China entre M5,0 (magnitude 5 na escala de Richter) e M5,9 é de aproximadamente 20 ocorrências. Entre M6,0 e M6,9 há em média 3 a 4 ocorrências por ano e duas ocorrências de M7,0 ou maior podem ocorrer a cada dois ou três anos, segundo o Centro de Supervisão de Terremotos da China (CSTC).

No entanto, nos últimos anos, tremores frequentes e inesperados de grande magnitude têm ocorrido na China. O Ministério dos Assuntos Civis da China afirmou num relatório que terremotos entre M5.0 e M8.0 ocorreram 21 vezes nos primeiros seis meses de 2013, o que é muito maior do que as previsões anuais do CSTC.

Terremotos mais danosos

Apesar do número crescente de todos os tipos de desastres naturais, tremores de terra são considerados os mais danosos e causares das maiores perdas econômicas.

Os terremotos causaram mais danos ao país do que qualquer outro desastre climático severo – secas, inundações, nevadas, tempestades de granizo e de areia, deslizamentos de terra, incêndios, chuvas e tufões – que atingiu o país de janeiro a junho. Mas 32% dos desabamentos de casas e edifícios e 53% das construções danificadas são principalmente devido a terremotos devastadores, informou o relatório do Ministério dos Assuntos Civis.

Seis terremotos M5,0+ foram registrados apenas em Sichuan nos últimos seis meses, com os danos destes tremores representando 80% das perdas econômicas totais relacionadas no país, segundo um relatório de julho da Administração Meteorológica da China (AMC).

O maior terremoto de Sichuan no período, de magnitude 7,0, ocorreu em 20 de abril de 2013 e matou mais de 196 pessoas, feriu 13.484 e afetou outras 2,31 milhões de pessoas, segundo estatísticas oficiais.

As perdas econômicas nos três municípios mais atingidos de Sichuan – Lushan, Baoxing e Tianquan – foram estimadas em 61 bilhões de yuanes (c. US$ 10 bilhões), com perdas seguradas de 6,1 bilhões de yuanes (c. US$ 100 milhões).

A Revisão das Catástrofes Globais de Abril, publicada pelo Impact Forecasting, um centro de desenvolvimento de modelos de catástrofes da corretora de seguros líder mundial Aon Benfield, estimou uma taxa de penetração de seguros locais em 1%.

No entanto, estes três municípios afirmaram que as perdas econômicas totais seriam de 169 bilhões de yuanes (c. US$ 27 bilhões). De acordo com a 21st Century Business Herald, este montante é 21 vezes mais do que o produto interno bruto (PIB) combinado dos municípios em 2012.

Advertências de terremoto ignoradas

Três dias antes de um terremoto M5,2 sacudir a província de Yunnan, sudoeste da China, em 17 de abril, que deixou pelo menos 10 feridos e danificou mais de 16.109 casas e edifícios, um homem previu a possibilidade de um terremoto M5,0 na Prefeitura Autônoma de Dali Bai em Yunnan e postou um aviso em seu blogue no Sino Weibo, um site chinês similar ao Twitter.

Após o terremoto de Yunnan, o blogueiro disse que sua previsão foi feita por meio da análise dos dados obtidos do site oficial da Administração de Terremotos de Yunnan. Em resposta, o governo provincial alegou que é ilegal divulgar publicamente informações apresentadas por indivíduos ou setores privados em relação a qualquer terremoto previsto.

Mas esta atitude não é recente, os líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) têm ignorado frequentemente tais avisos por mais de 30 anos.

Por exemplo, três organizações de monitoramento sismológico alertaram às autoridades chinesas sobre um terremoto iminente em Tangshan há 30 anos. O Centro Sísmico Majiahe da Kailuan Mine, a Secretaria Sísmica da Cidade de Pequim e a Secretaria Sísmica da Cidade de Tangshan relataram atividades sismológicas à Secretaria Sismológica Nacional e instaram-na a tomar medidas preventivas para reduzir danos potenciais. Mas as autoridades ignoraram os avisos e deliberadamente sonegaram informação em prol da estabilidade política.

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