RIO DE JANEIRO – A chuva que castigou o Rio de Janeiro desde 5 de abril deixou pelo menos 173 mortos, 160 feridos, e 15 mil desabrigados, causando deslizamentos e destruição em massa no estado.
A chuva continua a cair, e continua a trazer tragédia para o povo. As fortes chuvas causaram dezenas de deslizamentos de terra em áreas ocupadas por população de baixa renda.
O prefeito de Niterói, cidade próxima do Rio de Janeiro, Jorge Roberto Silveira, declarou estado de emergência na quinta-feira na cidade, onde ocorreram vários deslizamentos, o mais grave dos quais no Morro do Bumba, onde cerca de 6.500 metros quadrados de solo deslizaram das encostas enterrando umas 50 casas e surpreendendo os moradores da comunidade. Cerca de 200 pessoas estão desaparecidas e 12 corpos já foram recuperados. Além de residências, lojas, igrejas e creches também foram soterradas.
Equipes de resgate estão usando quatro retroescavadeiras e oito escavadeiras grandes incessantemente na chuva para remover a terra acumulada no local. De acordo com os bombeiros, o trabalho deve ser feito com cuidado e lentamente, devido à possibilidade de se encontrar vítimas no meio dos destroços.
O Morro do Bumba é um assentamento de casas num aterro de lixo. O prefeito de Niterói esta semana justificou a falta de objeções da cidade para a construção da favela ao longo da encosta pelo fato do aterro ter sido criado há mais de 50 anos.
Pouco antes do deslizamento de terra devastador, os moradores relataram ter ouvido um som alto como uma explosão. Especialistas dizem que isso pode ter sido o resultado do contato entre a atmosfera e o gás metano produzido pelo lixo acumulado. O chão, feito de materiais em decomposição, forma fraturas, onde a água entra e se acumula, provocando deslizamentos de terra.
“Ninguém jamais imaginou que isso pudesse acontecer, mas ainda estamos estudando as causas”, disse o prefeito.
A população alega que na terça-feira três casas desabaram perto da encosta, mas os moradores não receberam avisos do governo sobre o perigo.