O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que desde sua criação, pela primeira vez, a Tabela Periódica de elementos foi modificada, graças à contribuição de cientistas de todo o mundo que detectaram que o peso atômico de 10 elementos devia ser atualizado para refletir de maneira mais precisa a presença destes na natureza.
As mudanças tomam lugar no peso do hidrogênio, lítio, boro, carbono, nitrogênio, oxigênio, silício, enxofre, cloro e tálio, já que as medições anteriores não eram tão precisas, segundo indicado pela Comissão para a Abundância de Isótopos e Pesos Atômicos da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC).
A nova Tabela é o resultado de uma pesquisa conjunta do Serviço Geológico dos Estados Unidos, a IUPAC e outras instituições.
“Durante mais de um século e meio, muitos foram ensinados a usar o peso atômico padrão, um único valor, que se encontra nos livros de química” como apontou Ty Coplen, Diretor da USGS. O diretor acrescentou que agora “o desafio para os educadores e estudantes é que terão de selecionar um único valor entre um intervalo”.
Isto é visto, por exemplo, no Boro, que até agora lhe era atribuído o peso atômico de 10.811 quando, segundo os cientistas, pode ser de 10.860 a 10.821, dependendo de onde este elemento é encontrado.
A organização de uma tabela corresponde às configurações eletrônicas nos níveis mais extremos que têm os elementos de um grupo, e as propriedades químicas dependem das interações desses elétrons. Os elementos estão divididos em grupos, e aqueles de um mesmo grupo apresentam propriedades físicas e químicas similares.
“À medida que a tecnologia melhorou, descobrimos que os números de nossas tabelas não são tão estáticos como achávamos anteriormente”, explica o Dr. Michael Wieser, professor da Universidade de Calgary, Canadá, e secretário da IUPAC. A IUPAC explica que o peso atômico de um elemento é a média das massas dos isótopos. Os isótopos são átomos do mesmo elemento que têm diferentes massas. Se um elemento possui um só isótopo, ele não apresenta variações.
Os elementos que possuem mais de um isótopo aparecem com diferentes pesos atômicos, dependendo do lugar de onde provém. “Em outras palavras, o conhecimento do peso atômico pode ser utilizado para decodificar a origem e a história de um elemento particular na natureza”, explica o doutor Wieser.
Outro exemplo é que o enxofre que têm peso atômico de 32.065, e seu peso real entre 30.059 e 32.975, dependendo de que lugar provenha.
Agora a nova tabela mostrará vários pesos atômicos nos elementos que foram sujeitos à mudança. Estas mudanças não são tão importantes para os estudantes, mas sim para a indústria.
Antes de se começar a empregar-se a Tabela Periódica 150 anos atrás, existiam dois métodos. No sistema europeu se colocava um número romano e em seguida um ‘A’ se o elemento estava à esquerda, e um ‘B’ se estava à direita. Um segundo método, o americano, era similar, só que para ‘A’ eram utilizados elementos representativos (grupos 1, 2 e 13 a 18) e o ‘B’ era utilizado para o resto.
A pesquisa foi publicada no periódico Química Pura e Aplicada.
Fonte: usgs.gov
Para ver essas mudanças e outros elementos incluídos, veja aqui uma tabela interativa com explicação detalhada de cada elemento.