Demolição não intencional: Construção ilegal de autoridade chinesa deixa dezenas de desabrigados

01/02/2015 15:40 Atualizado: 01/02/2015 15:40

Quando um projeto subterrâneo ambicioso de um funcionário do governo chinês ruiu, o desastre enterrou e destruiu não só uma boa parta da estrada adjacente mas deixou mais de uma dúzia de famílias sem-teto no centro de Pequim.

A construção subterrânea de 18 metros ou cinco andares de profundidade, coordenada por Li Baojun, um representante do Congresso Popular Nacional da China, desabou na manhã de 24 de janeiro. Localizado no distrito de Xicheng, na capital chinesa de Pequim, o desmoronamento levou consigo uma seção da Rodovia Deshengmennei e vários edifícios residenciais próximos, deixando no lugar uma cratera de 10 metros de fundo. Quinze famílias foram evacuadas devido ao incidente.

Li Baojun, um representante da cidade de Xuzhou, província de Jiangsu, também preside uma empresa que detém um bilhão de yuanes (US$ 160 milhões) em ativos fixos, segundo um editorial do website financeiro chinês Hexun. Li tem um histórico de realizar projetos de construção ilegais, e seu mais recente fiasco não é exceção, sem documentação oficial nem bom planejamento, supervisão ou qualidade de trabalho.

Os residentes locais estavam cientes da construção desde antes do incidente. Embora a propriedade de Li estivesse isolada com cercas de metal, podiam-se ouvir os trabalhadores em ação no interior.

Li admitiu a construção subterrânea em julho passado e prometeu tomar “medidas corretivas”. Essas não se concretizaram e meses depois a construção reiniciou.

A área em torno da Rodovia Deshengmennei e a propriedade de Li Baojun foram previamente submetidas à demolição pesada e obras de reconstrução em 2006, deixando apenas cinco dos edifícios originais. Duas edificações foram objeto de proteção oficial, o que significa que novas modificações ou demolições exigiriam permissão das autoridades locais. Em 2010, Li ignorou essas determinações quando adquiriu os edifícios restantes e demoliu tudo.

Até agora, Li não tomou qualquer ação pública para resolver o incidente ou compensar as vítimas.