Deixem a liberdade soar na China

25/06/2009 00:00 Atualizado: 25/06/2009 00:00

Amigos de Jason Wang chamam a atenção do público para a situação dos praticantes do Falun Gong na China. (The Epoch Times)

Casal chinês encontra esperança no sino da liberdade

Um “ano sensível” foi como o Partido Comunista Chinês (PCCh) chamou 2009; para os funcionários do governo chinês, “sensível” é uma palavra código para estar pronto para reprimir a dissidência pública. Este ano de 2009 faz 60 anos desde que o PCCh tomou o poder na China e 20 anos desde o massacre da Praça Tiananmen. Mais importante, faz dez anos desde que o partido começou a perseguição ao Falun Gong, uma prática pacífica da mente e do corpo com base nos princípios de verdade, compaixão e tolerância.

Jason Wang, de 36 anos, um antigo professor universitário de Hefei, na província de Anhui (aproximadamente 402 quilômetros de Shanghai) é um deles. Ele e sua esposa Tina Jia praticam o Falun Gong.

Na noite de 20 de julho, Wang e dezenas de praticantes e adeptos do Falun Gong ficaram ao lado do prédio que abriga o Sino da Liberdade. “Ao lado do Sino da Liberdade, eu apelo para o fim da perseguição na China”, disse Wang através de um tradutor.

Wang escapou recentemente da China com sua esposa e chegou à Filadélfia, EUA. Ele cresceu numa família educada. Seu pai é advogado e sua mãe é professora.

Em outubro de 1999, menos de três meses após o PCCh começar a sua campanha brutal contra o Falun Gong, Wang foi demitido de seu emprego na universidade por viajar para Pequim para apelar ao governo central parar a perseguição.

Em 2000, ele foi preso em um cibercafé. O proprietário delatou Wang à polícia local, quando viu que Wang estava tentando acessar o Clearwisdom.net. O site é gerido por praticantes do Falun Gong no estrangeiro para fornecer informações sobre a perseguição, além de compartilhar ideias.

Ele escapou no caminho para a delegacia. Ele foi preso novamente 15 minutos após ter ligado para seus pais para lhes dizer onde estava. Seu pai advogado queria ajudar o filho, mas estava impotente.

O governo chinês proíbe os advogados de defenderem os praticantes do Falun Gong. Os advogados que representam os praticantes do Falun Gong têm se tornado vítimas do PCCh, enfrentando prisões, tortura, perseguição, intimidação, espancamentos e revogação de suas licenças profissionais.

Wang sofreu oito meses de tortura no Centro de Detenção Fei Dong. Lá, no frio de uma noite de novembro, a polícia arrancou as roupas de Wang, colocou-o do lado de fora, e ordenou que 30 presos derramassem água fria sobre ele.

Wang foi forçado a usar 15 quilos em correntes de ferro nos pés, dia e noite. Suas mãos também foram algemadas.

Ele foi forçado a trabalhar 16 horas por dia. “Nós somos o trabalho escravo por trás das baratas importações chinesas”, disse Wang, quando viu “Made in China”. O documentário segue os passos dos enfeites de árvores de Natal vendidos nas lojas norte-americanas. Enfeites de Natal são um dos produtos que ele fez no campo de trabalho.

Cerca de 90% dos enfeites de árvores de Natal vendidos nos EUA são fabricados na China. De acordo com um relatório investigativo citado pelo senador dos EUA Byron Dorgan de Dakota do Norte, muitos enfeites de árvores de Natal vendidos em alguns grandes varejistas são feitos por chineses em condições sub-humanas ou por trabalho escravo.

O relato pessoal de Wang trouxe uma compreensão renovada sobre a China para os presentes na plateia. Danny, um estudante de direito de Drexel disse, “Isto é crueldade. Não se deve permitir que esta perseguição continue.”

Uma chinesa, proveniente da província de Fujian, pediu para ser citada anonimamente por medo de ser identificada por espiões do PCCh nos EUA. Ela disse: “Não pude deixar de chorar. O que ele disse é verdade, eu sei. Ninguém pode falar abertamente sobre isto na China… só aqui.”

Wang disse que a tortura física foi apenas uma parte da devastação. “A matança da consciência é mais mortal.”

Quando ele estava no campo de trabalho, ele foi espancado por vários policiais. O trabalho deles era fazer lavagem cerebral em Wang e fazê-lo renunciar a sua crença. Para muitos policiais, avaliações de desempenho, salários, bônus e promoções estão vinculados ao número de praticantes do Falun Gong que eles forçam a desistir da prática. Eles receberam ordens para fazer o que for preciso para satisfazer a cota determinada. As ordens originais dadas pelo PCCh para eliminar o Falun Gong incluíam “nenhum método é excessivo” e “se espancado até a morte, conte como o suicídio”.

Um dia, Jason foi espancado até ficar inconsciente. Quando ele acordou, ele descobriu que um policial, um jovem de vinte e poucos anos estava tentando afrouxar as cordas amarradas em torno do corpo de Wang. Ele olhou para os pés machucados de Wang, rosto, braços, e perguntou: “Você me odeia?”

Wang respondeu: “Não. Eu sei que você não queria.”

O jovem ficou engasgado. “É o meu trabalho, não a minha consciência.”

“É uma tragédia não só para aqueles que estão sendo perseguidos, mas também para aqueles que são levados a cometer crimes contra a humanidade, contra a sua própria consciência”, disse Wang.

Wang pede à comunidade internacional para ajudar a restaurar a consciência na China. “Sem consciência não há esperança nem futuro… a perseguição ao Falun Gong é um teste para a humanidade básica em todos nós. A perseguição tem de acabar.”

A voz de Wang ecoou por sua esposa Tina, que está buscando ajuda para resgatar sua mãe, presa num campo de trabalho chinês para praticantes do Falun Gong.