Duas medidas fundamentais da atividade econômica na China apontam em diferentes direções, uma indica que o custo de vida está se elevando e a outra indica que a atividade econômica está abrandando. Por fim, isso indica má notícia para os chineses.
Dados liberados em 9 de julho pela Secretaria Nacional de Estatística da China mostram que o índice de preços ao consumidor (IPC) aumentou 2,7% ano-a-ano, o que é mais elevado do que os 2,1% de aumento registrado em maio. Os preços dos alimentos subiram 4.9% ano-a-ano, enquanto os preços de outros produtos subiram 1,6%. Nos primeiros seis meses do ano, o índice aumentou 2,4% a mais em relação ao ano anterior.
O índice de preços ao produtor (IPP) caiu 2,7% em junho quando comparado com o mesmo mês de 2012, mais do que as expectativas de mercado de uma queda de 2.6%. A leitura do IPP de junho marcou o 16º mês de declínio consecutivo, a mais longa queda do índice no China desde 2002.
O IPC e o IPP mostram diferentes movimentos de preços. O IPP mede os ajustes em custos dos bens e serviços vendidos pelos produtores ou fabricantes antes de as mercadorias ou serviços serem postos no mercado, enquanto o IPC determina as mudanças de preços dos bens e serviços adquiridos por negócios e clientes.
De acordo com a Secretaria de Estatísticas do Trabalho dos EUA, o IPC mede a inflação conforme experimentada pelos consumidores em suas despesas de subsistência diária e o IPP mede a inflação em estágios anteriores à produção e ao processo de marketing.
Lio Mon-Chi, um professor do Departamento de Economia Política na Universidade Nacional Sun Yat-sen em Taiwan, disse à Rádio Som da Esperança (SOH) que esse declínio persistente do IPP destaca a fraqueza nas atividades de investimento e significa que a taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) da China continuará em declínio.
“Considerando o IPP, o crescimento econômico total da China abrandará, porque o IPP reflete as tendências de preços para bens acabados ou manufaturados na produção e no marketing. Atualmente, as instituições financeiras domésticas não estão otimistas com o crescimento econômico da China na segunda metade desse ano, que tem testemunhado uma tendência de declínio contínuo”, disse o Prof. Lio.
Ele acredita que há dois problemas fundamentais iminentes para a economia chinesa. “Primeiro, devido ao impacto das condições econômicas globais desfavoráveis, as exportações chinesas deslizarão acentuadamente”, disse Lio. “Em segundo lugar, autoridades chinesas estão tentando restringir o crédito fácil que tem sido a locomotiva do crescimento econômico nacional, dessa forma, a expansão dos programas de estímulo econômico enfraquecerá em conformidade.”
“Agora, a mudança no IPC que temos visto se refletirá nas flutuações de curto prazo do preço dos alimentos, mas o IPP pode indicar melhor as tendências de preço em longo prazo, um verdadeiro reflexo do crescimento econômico atual”, disse Lio.
“O IPC para cima e o IPP para baixo colocam o povo chinês em grande desvantagem. Isso ocorre porque a oferta de emprego e postos de trabalho está caindo e os salários encolhendo, embora o custo de vida continue a subir.”
Ren Zhongdao, um analista financeiro da China, disse numa entrevista à SOH: “De fato, a ascensão do IPC é causada pelo controle monopolista das empresas controladas pelo Estado. As necessidades humanas, como água, eletricidade, gás natural e combustível, são manipuladas pelo regime comunista chinês e suas empresas estatais, como a PetroChina, o Grupo Sinopec e a Corporação State Grid, em favor de seus lucros absolutos. O resultado é que eles estão impulsionando o aumento do IPC.”
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