Czar da segurança chinesa usa mercado imobiliário na luta contra liderança do PCC

29/05/2012 17:00 Atualizado: 29/05/2012 17:00

Numa reunião recente, Wen Jiabao (direita) propôs colocar Zhou Yongkang (esquerda) sob investigação. (Liu Jin/AFP/Getty Images e Feng Li/Getty Images)A luta política dentro do Partido Comunista Chinês (PCC) mudou para os mercados imobiliários da China, com Zhou Yongkang e sua facção tentando preparar o palco para uma instabilidade política inflando artificialmente a bolha imobiliária da China, segundo uma fonte. Em resposta, os líderes Hu Jintao e Wen Jiabao têm tentado controlar o rápido crescimento do mercado através de uma série de medidas de restrição imobiliária que são claramente impopulares entre os governos locais.

O Epoch Times soube que Zhou e os principais membros de sua facção querem acelerar o estouro da bolha imobiliária chinesa para fomentar o caos e tornar mais fácil para radicais se afirmarem. Se isso falhar, os altos preços das moradias por si mesmos virariam as pessoas contra o governo Hu-Wen, disse uma fonte.

Durante a explosão no preço dos imóveis na última década, o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), liderado por Zhou desde 2007, usou a polícia armada e rufiões locais para demolir casas e desobstruir terrenos para vender a desenvolvedores, elevando os preços das habitações. Os governos locais também arrecadam grande parcela de sua receita através da venda de terras.

As forças de segurança também usam o sistema judicial para leiloar imóveis para empresas das quais recebem propinas posteriormente. Estas práticas têm trazido dinheiro para os bolsos de Zhou e seus seguidores, disse a fonte.

Um caso recentemente divulgado na cidade de Beihai, província de Guangxi, é ilustrativo. De acordo com o Boxun, uma mídia dissidente no exterior, um sindicato de oficiais do aparato judiciário local, incluindo alguns oficiais do alto escalão do CAPL, usaram um tribunal local intermediário para leiloar empresas imobiliárias das quais eles recebem propina.

O Tribunal Popular Intermediário de Beihai vendeu propriedades a preços muito abaixo do seu valor de mercado para empresas que subornaram oficiais judiciais. Num caso de 2007, o tribunal vendeu o edifício inacabado mais alto da cidade a um preço quase 7 milhões de yuanes abaixo do valor de mercado. Foi descoberto mais tarde que o vice-chefe do tribunal foi encontrado com um suborno de um milhão de yuanes da empresa que comprou a propriedade. Em seguida, os desenvolvedores vendem as casas no mercado.

Houve 100 casos semelhantes de 2000 a 2009, diz o Boxun, com 60 deles vendidos a 50% abaixo do preço de mercado. A “gangue de Dongbei”, como o sindicato foi coloquialmente referido, supostamente teria feito mais de 10 bilhões de yuanes por meio dessas transações. Como resultado da manipulação do mercado, os preços dos imóveis em Beihai aumentaram num ritmo muito rápido, diz o Boxun.

Zhou, o braço direito do ex-líder chinês Jiang Zemin, é amplamente considerado como estando prestes a perder o poder após a queda de seu associado Bo Xilai. Uma fonte em Pequim disse ao Epoch Times que numa recente reunião do Politburo do PCC, o primeiro-ministro Wen Jiabao propôs colocar Zhou sob investigação.

Depois disso, o Epoch Times descobriu que Zhou Yongkang, Zeng Qinghong (o chefe do Congresso Nacional Popular), e seus asseclas realizaram outra reunião para discutir medidas contra Wen. Uma das medidas foi inflacionar o preço das habitações.

Hu e Wen tentaram manter os preços sob controle. Falando durante um seminário econômico em 20 de maio na cidade de Wuhan com altos oficiais de seis províncias, Wen Jiabao pediu aos governos locais para levarem a cabo medidas de contenção imobiliária, lançadas pelo governo central para estabilizar o mercado imobiliário chinês.

Uma vez que os interesses dos oficiais locais estão profundamente enraizados no mercado imobiliário, as políticas do governo central de aperto imobiliário têm encontrado resistências, e tiveram pouco efeito sobre o preço das habitações.

Apesar das restrições rigorosas implementadas para a compra de casas em 2011 terem reduzido um pouco o crescimento do preço das habitações, os governos locais buscaram formas de contornar as restrições. Desde julho de 2011, 33 cidades lançaram programas visando negar ou relaxar as restrições de compra, que são susceptíveis de prejudicar a política de contenção. A fonte, que não pôde se identificar, disse que essa resistência por parte dos governos locais foi encorajada por Zhou Yongkang.

Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.