Cúpula dos Povos: sete quilômetros de solidariedade, debates, assembleias e festa

21/06/2012 00:13 Atualizado: 21/06/2012 00:13

A Cúpula dos Povos, encontro de organizações e movimentos sociais de resistência em lutas locais e internacionais por justiça social e ambiental, espera reunir mais de 30.000 pessoas. (Márcia Cunha/The Epoch Times)RIO DE JANEIRO – A Cúpula dos Povos acontece até o dia 23 de junho no Parque do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, em paralelo à conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Questiona o modelo de economia verde que os chefes de estado devem ratificar no encontro da ONU. A cúpula espera receber mais de 30 mil pessoas de diferentes partes do mundo.

A Cúpula dos Povos é um encontro de organizações e movimentos sociais de resistência em lutas locais e internacionais por justiça social e ambiental. Livre das corporações e autônoma em relação a governos, a cúpula é o espaço dos povos para articular movimentos sociais, ambientais, delegações indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, trabalhadores urbanos, camponeses, jovens, mulheres e cerca de 200 redes internacionais e todos que se opõem à destruição da natureza.

Na estrutura de tendas montadas ao longo do Parque do Flamengo, também conhecido como Aterro do Flamengo, acontecem as Atividades Autogestionadas, as Plenárias de Convergência e a Assembleia dos Povos.

As Plenárias de Convergência foram divididas em cinco temas: Direito à Justiça Social e Ambiental, Defesa dos Bens Comuns contra a Mercantilização da Natureza, Soberania Alimentar, Energia e Indústrias Extrativas e Trabalho.

As conclusões das plenárias serão levadas à Assembleia dos Povos, que vai definir as propostas finais a serem levadas aos chefes de Estado presentes à Rio+20. As deliberações giram em torno de três eixos: Causas Estruturais da Crise e Falsas Soluções, Soluções e Novos Paradigmas dos Povos e Agenda de Lutas e Campanhas.

Há 20 anos, na Rio-92, o Fórum Global, origem da Cúpula dos Povos, impulsionou mobilizações das causas socioambientais e semeou esperança. Porém, o que deveria ter sido um pacto pela reversão do quadro global de injustiça social e degradação ambiental transformou-se em frustração para a grande parte da população mundial.

Hoje, a Cúpula dos Povos aproveita o momento político propiciado pela Rio+20 para rearticular o debate e buscar ações internacionais capazes de enfrentar a crise ambiental, econômica, política, social e cultural que assola o planeta.