Histórias que relatam como os deuses transmitiram a cultura à humanidade a partir do que hoje chamamos China
O nascimento da civilização chinesa no cenário de Zhong Guo, a “Terra do Meio” ou “Reino Central”, que depois de muito tempo passou a se chamar China, se sucedeu quando Nu Wa, Fu Xi, e Shen Nong, os três primeiros imperadores divinos nomeados por Pangu, o criador do céu e da Terra, baixaram do céu para guiar a humanidade.
Nu Wa, a primeira Imperatriz Divina, coincidindo com todos os relatos da criação do homem em diferentes culturas e épocas, criou os seres humanos usando o barro de terra amarela para modelá-los a sua própria imagem. Ela conferiu aos novos seres a maneira correta de se comportar, já que foram criados à semelhança dos deuses, e, sendo assim, os seres humanos definitivamente não poderiam agir como animais.
Em seguida, Fu Xi estabeleceu um sistema de governo e ensinou os chineses a pescar e a criar gado, e também como fazer símbolos para gerar registros. Mas o conhecimento mais importante que Fu Xi deixou para os descendentes chineses foram os Oito Diagramas, que foram usados para compreender as mentes dos deuses e os sentimentos de todos no mundo. Com base nisto, mais tarde se escreveu o “Livro das Mutações” também conhecido como “I Ching”. Os Oito Diagramas são uma ferramenta de comunicação entre o céu e o povo chinês. Em todas as dinastias, os imperadores seguiram os fenômenos astronômicos observados, ou as disposições do céu para governar seus súditos e seu país.
O terceiro monarca divino foi Shen Nong, ele veio para ensinar as pessoas a desenvolver ferramentas para a agricultura e a cultivar alimentos. Também elaborou o “Compêndio de Matéria Médica”, um livro que enumera todos os animais, vegetais e outros produtos naturais que se atribuem propriedades medicinais. Desde então, a China começou a praticar a medicina tradicional. Todo o desenvolvimento médico posterior na medicina tradicional chinesa é baseado neste compêndio.
A etapa da história chinesa dos Três Imperadores Divinos significa que por um determinado período de tempo os deuses coexistiram com os seres humanos e transmitiram diretamente a civilização aos seres humanos. Isto demonstra que a base fundamental da civilização chinesa é o respeito ao céu, assim como seguir as regras e leis do mesmo.
Os filhos do Imperador Amarelo
Huang Di, mais conhecido como o Imperador Amarelo, nasceu no mundo logo após os deuses nutrirem a civilização humana, ele foi o responsável pela transição de uma cultura conduzida pelos deuses para uma cultura conduzida pelo homem.
Com a chegada deste imperador se desenvolveu a língua chinesa escrita, e uma era cultural conduzida pelo homem. O povo chinês tem avançado lentamente até a civilização atual, com criações e invenções que enriqueceram a cultura humana. A base da civilização chinesa foi construída durante esta época, na qual o Imperador Amarelo estabeleceu a lei e a ordem, recrutou pessoas virtuosas e sábios para governar, adorou o céu e a Terra no cume e na base das altas montanhas e assim governou a China. Diversas invenções como símbolos, a medicina, os calendários lunares, a matemática, os instrumentos musicais, a cerâmica e até mesmo os fios de seda foram desenvolvidos no período.
Segundo os registros históricos desde 2.698 a.C., durante os cem anos que o Imperador Amarelo reinou, não houve furtos ou brigas nas ruas. As pessoas eram gentis, contidas e muito atenciosas umas com as outras. As pessoas na China viviam em harmonia. O clima era favorável para o cultivo, e o povo tinha boas colheitas a cada ano. Esta é a síntese de uma época próspera quando “o Tao governou a China e as pessoas viviam num mundo humano divino”. Esta é a razão pela qual as gerações posteriores ao Imperador Amarelo reverenciaram-no como o ancestral da humanidade.
No ano de 2598 a.C., o Imperador Amarelo construiu um grande barco na base do Monte Qiao. No momento em que o barco foi terminado, uma fenda apareceu no céu e um dragão dourado desceu para buscá-lo. O Imperador Amarelo e mais de 70 funcionários da corte real, montados no dragão, subiram ao céu em plena luz do dia, e alcançaram a perfeição espiritual. Dezenas de milhares de pessoas viram esta cena sagrada e magnífica com seus próprios olhos. Com grande admiração e saudade, funcionários e outras pessoas enterraram as roupas do Imperador Amarelo no Monte Qiao, que hoje é um monumento ao Imperador Amarelo na província de Shanxi.
O Imperador Amarelo mostrou as pessoas da China que os homens também podem retornar ao céu através do cultivo. Desde então, o céu representa o mundo dos deuses para os chineses. Eles também aprenderam que os deuses criaram o homem, que o homem veio do céu, e que o homem poderia finalmente voltar ao céu através do Tao.
O povo chinês crê inevitavelmente que o único canal de comunicação entre o homem e Deus é através da melhora de si mesmo, cultivando o coração de acordo com o Tao. “O homem segue a Terra, a Terra segue o céu, o céu segue o Tao e o Tao segue o que é natural”, do livro “Tao Te Ching”, de Lao Tse. A sabedoria da unidade entre o céu e a humanidade corre nas veias da cultura chinesa. O ser humano se integra com o céu e a Terra, e existe em dependência mútua com eles. O Tao do universo não muda. O universo se desdobra de acordo com o Tao numa ordem natural. A Terra segue as mudanças do céu. Seguindo a ordem natural do céu e da Terra, a humanidade desfruta de uma vida de gratidão e bênçãos. Assim, para os chineses, a astronomia, a geografia, o calendário, a medicina, a literatura e as estruturas sociais seguem este princípio.
Embora o povo chinês tenha sofrido muitas invasões e ataques ao longo de sua história, a cultura tradicional sempre mostrou grande vigor e energia, e sua essência continuou a ser passadas através das gerações. Ao longo dos séculos, sempre houve pessoas que buscaram o Tao, e distintas dinastias foram regidas pelo Tao. Aos olhos do povo, o imperador é o “filho do céu”, e o céu está sobre ele. Se este era imoral, não iluminado pelo Tao, o povo podia se levantar e derrubá-lo.
Com estes princípios orientadores, a cultura chinesa encarnou a honestidade, a bondade, a harmonia e a tolerância. Assim, ao longo da história da China, as pessoas colocavam grande atenção no controle da respiração e em limpar seu coração, todas as pessoas de diferentes idades e profissões cultivavam este estado.
Somente nos últimos 60 anos, o terror vermelho do Ocidente invadiu com força trazendo violência, mentiras e medo às mentes e aos corações do povo da China, e tentando destruir a alma da nação e “revolucionar” a cultura chinesa para aniquilar seus espíritos. Assim, alçou sua bandeira de “batalhar contra o céu, lutar contra a Terra, e brigar com os seres humanos, aí reside a alegria eterna”, a doutrina marxista é “a verdade inquebrável” e o Partido é sempre “grandioso, cheio de glória e correto”. A China parece haver perdido os seus laços com o céu.
Porém, 50 anos é apenas uma gota no oceano dos 5 mil anos de história chinesa. Hoje, estamos vivendo esta grande época, onde o povo chinês está despertando e se animando para romper com as mentiras e o ódio, a fim de reavivar a verdade e a bondade de uma civilização que é dinâmica, mágica, misteriosa, profunda e eterna!