Cultura maia guarda segredos para hoje – Parte 2

17/05/2012 03:00 Atualizado: 17/05/2012 03:00

Tulum, um sítio arqueológico localizado na costa leste da península de Yucatan, no Mar do Caribe, é um dos mais bem preservados sítios maias pré-colombianos. (Cris Bouroncle/AFP/Getty Images)Pesquisador russo procura resposta para o futuro da Terra

Outro complexo interessante é o Forte Tulum, na costa leste da península de Yucatan. Durante o período de declínio da civilização maia, várias tribos se mudaram para a costa e construíram o Forte Tulum para proteger os habitantes de ataques de tribos companheiras.

“Todas essas pedras cinzentas já foram coloridas em cores brilhantes. Diferentes cores simbolizavam poderes diferentes da natureza: céu, Terra, Lua, Sol, fogo, e assim por diante”, disse Novoselsky.

Profecias maias

A vida maia é descrita num livro sagrado chamado “Popol Vuh”. Novoselsky disse que poderia ser comparado com a Bíblia, “mas todas as informações estão em forma alegórica”. “Existem algumas interpretações, mas acho que todas estão muito longe da verdade”, disse ele.

Todos os comentários foram destruídos ou escritos com a escrita hieroglífica, o que é difícil de ler. “A maioria dos segredos ainda permanece oculta. Uma das interpretações mais populares é a profecia sobre o fim dos dias em 2012”, disse Novoselsky.

Quanto a acreditar nesta profecia, Novoselsky disse, “Como cientista, eu investiguei esta questão.”

Ele mencionou o conhecido investigador esotérico Drunvalo Melquisedeque, que havia discutido essa questão com os sacerdotes da Guatemala e descobriu que a transformação prevista seria um processo que poderia acontecer de forma gradual, não em dois dias, mas durante 200 anos.

“Em sua opinião, o ano de 2012 é um marco da velha época e o começo de algo novo, talvez o início de uma nova cultura. E enfatizou que isso aconteceria de forma lenta e gradual, sem cataclismos e terremotos”, disse Novoselsky. “As pessoas vivendo no centro da civilização maia não têm nenhum pânico sobre essa profecia.”

Ele acrescentou, “Em minha opinião, todas essas profecias são uma oportunidade para pensar sobre o nosso comportamento, o sentido da vida, sobre como melhorar a si mesmo e a vida de outras pessoas, e como viver em harmonia.”

Centenas de pessoas reúnem-se na pirâmide de Kukulkan, em Chichen Itza, Yucatan, sudeste do México, durante a celebração do equinócio de primavera de 2005. Os degraus da pirâmide projetam a sombra de uma serpente na parede lateral das escadas. (Luis Barrera/AFP/Getty Images)Ilha da Paz

Dois recifes adjacentes formam a Ilha de Cozumel no Mar do Caribe, tornando-o o segundo maior recife do mundo, de acordo com geólogos.

“Esta ilha é também sagrada”, disse Novoselsky. “Havia um templo da deusa Ixchel, que é a deusa da obstetrícia e medicina. Ainda hoje, muitas pessoas vêm aqui para tratar a infertilidade.”

Os habitantes da Ilha de Cozumel nunca experimentaram guerras ou batalhas, ou qualquer crime significativo.

Novoselsky, que também é membro e correspondente do Museu Nicolas Roerich em Nova York, ficou surpreso ao descobrir que as pessoas na Ilha de Cozumel estão familiarizadas com um símbolo criado pelo artista e filósofo russo, Nicolas Roerich.

No museu local da ilha, todos os guias usam crachás com a “Bandeira da Paz” de Roerich, que consiste de um círculo contendo três círculos, simbolizando passado, presente e futuro unidos por toda a eternidade. O símbolo também pode ser interpretado como a religião, o conhecimento, e a arte dentro do círculo da cultura.

Novoselsky disse que os guias do museu não sabiam quem inventou o símbolo. A famosa atriz mexicana Alicia Rodriguez, que está envolvida no movimento Pacto de Roerich, introduziu-a aos moradores durante sua visita em 2009.

“Eu lhes disse que ele foi criado pelo artista russo Nicolas Roerich, e eles prometeram incluir esta informação no programa de excursões”, disse Novoselsky.

Decifração russa

Yuriy Knorozov (1922-1999) é um dos poucos cientistas que foram capazes de contribuir significativamente para a decifração da escrita maia antiga. Sem visitar o México, apenas usando fotos, livros e artigos de outros autores, ele foi capaz de criar um método que ajudou os pesquisadores a ler muitas inscrições maias.

Perto do fim de sua vida, depois da perestroika, quando os cidadãos soviéticos foram autorizados a ir ao estrangeiro, ele finalmente visitou o México. “Ele foi recebido com todas as honras, porque as pessoas sabiam sobre suas obras. Muitos cientistas americanos e mexicanos que pesquisaram a [civilização] Maia fizeram referências às obras de Knorozov”, disse Novoselsky.

Um centro de pesquisa, com seus alunos que ali vivem, está em contato com os habitantes locais e continua a trabalhar na decifração da escrita hieroglífica maia para continuar a descobrir os segredos maias. “Talvez nós encontremos suas respostas sobre o futuro da Terra”, disse ele.