Critério de classificação socioeconômica no Brasil mudará em 2014

16/09/2013 12:11 Atualizado: 16/09/2013 12:11
Base para o estudo passa a ser a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (Mauricio Lima/AFP/Getty Images)
Base para o estudo passa a ser a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (Mauricio Lima/AFP/Getty Images)

O modo de classificar economicamente a população brasileira vai mudar a partir de janeiro de 2014. O Critério de Classificação Econômico Brasil 2014 continua baseado em posse de bens e acesso a serviços, atrelando a cada item uma quantidade de pontos, mas agora, a base para o estudo é a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dessa maneira, a partir do próximo ano, a distribuição da população brasileira entre as classes econômicas se dará da seguinte forma:

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“Sempre que há uma mudança de critério de classificação existe a quebra da série histórica de dados. Portanto, não podemos comparar os novos percentuais de distribuição de classe com os anteriores, pois são critérios de classificação completamente diferentes”, explica a estatística do IBOPE Inteligência, Bruna Suzzara, que participou do comitê de revisão do Critério de Classificação Econômico Brasil.

Vale ressaltar que o aumento ou diminuição da quantidade de brasileiros em uma determinada classe não significa que a população brasileira ficou mais rica ou mais pobre. Essa variação ocorre apenas por conta da mudança nos critérios de classificar a população.

Outra novidade é que a nova classificação agora passa a levar em conta os dados dos 62 mil domicílios avaliados pela POF, enquanto o indicador atual cobre nove regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Salvador, Recife e Fortaleza). Essa mudança aumenta a cobertura geográfica da amostra, pois a POF é uma amostra nacional, estratificada por grandes regiões geográficas e por áreas metropolitanas, urbanas e rurais.

A regra de classificação também sofreu alterações. Além da inclusão de acesso a serviços públicos (água encanada e rua pavimentada), na posse de itens, deixaram de ser variáveis televisão em cores, rádio e videocassete. Foram incluídos microcomputador, lava-louças, micro-ondas, motocicleta e secadora de roupas. Foram mantidos banheiro, empregada doméstica, automóvel, geladeira, freezer, lava roupas e DVD. O peso para a posse de cada item também foi alterado.

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o grau de instrução do chefe da família, a única mudança foi o peso dado para quem possui superior completo, que passou de 8 para 7.

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Essas mudanças foram realizadas para atualizar os critérios de classificação socioeconômica com a dinâmica da economia brasileira, que teve variações importantes nos níveis de renda e na posse de bens nos domicílios nos últimos anos.

O Critério Brasil é um estimador padronizado da capacidade de consumo dos domicílios brasileiros. É uma ferramenta que permite a comparação entre estudos realizados em diferentes regiões do país, por diferentes empresas e em diferentes momentos.

O novo critério foi baseado no artigo Socioeconomic Status and Consumption in an Emerging Economy, publicado no International Journal of Research in Marketing pelos professores José Afonso Mazzon (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP/FEA-USP) e Wagner Kamakura (Guqua School of Business/Duke University).

Esta matéria foi originalmente publicada pelo IBOPE