Entre as 115 fontes subterrâneas de água potável, 35% não se qualificam como tal
Os relatórios e declarações de profissionais da área apontam para uma grave crise de água potável na China. Apesar do prazo de cinco anos dado às empresas de tratamento de água para atender aos padrões sanitários governamentais para água potável, que termina apenas em 1 de julho de 2012, a contaminação da água potável e das fontes de água potável continua sendo um problema sério na China.
O secretário da Fundação chinesa para a Proteção do Meio Ambiente (EPF), Li Wei, disse que 27,6% da qualidade das águas superficiais da China caiu para a classe cinco em 2007, a mais baixa de acordo com o Índice de Qualidade da Água, por isto ela é basicamente inutilizável.
Li disse que em geral o nível de contaminação natural dos sete sistemas de água da China é “médio”, baseando-se no índice das quatro categorias de contaminação em rios da EPF: nenhuma, média, leve e grave.
De acordo com o segundo Relatório de Avaliação Nacional da China, 35,6% da água potável no país não é própria para consumo.
Das fontes superficiais de água potável em 1.073 cidades, 25% não cumprem a norma. Das 115 fontes subterrâneas de água potável, 35% não se qualificam como tal.
Outro problema enfrentado pela China é o método ultrapassado de purificação de água. A maioria das empresas de tratamento está usando tecnologia obsoleta, a qual já tem cem anos, e que consiste de quatro fases de processamento, floculação, precipitação, filtragem e desinfecção, disse o Observador Econômico.
O diretor da Divisão de Segurança de Água Potável da Universidade Tsinghua, Liu Wenjun, disse que a China precisa adotar um sistema mais avançado de purificação devido à grave contaminação da água.
O professor de Ciências Ambientais e Engenharia da Universidade de Nankai, Wang Qishan, concorda. “A tecnologia antiquada das empresas de tratamento de água na China não pode remover a matéria orgânica e os produtos químicos dissolvidos na água.”
Um empregado de uma das companhias de tratamento disse ao Epoch Times que para evitar a contaminação secundária provocada pela proliferação de microorganismos durante o transporte e o armazenamento, a empresa tem aumentado a concentração de cloro residual para 0,8 ppm (partes por milhão) ou mais. No entanto, isto aumenta a probabilidade de formação de substâncias químicas cancerígenas, como os trialometanos. Segundo a norma nacional, o cloro residual na água potável deve ser da ordem de 0,3 ppm.
Outro trabalhador de uma empresa de água no sudeste da China disse que mais de 60 tipos de substâncias químicas podem ser encontradas na água potável do país. Acrescentou que na China a diretiva sobre “Padrões para Água Potável” só enumera 15 substâncias em sua análise.
Devido à escassez de água na China, desde que não ocorra nenhum envenenamento em grande escala causado pela água potável, o governo chinês não quer interromper o abastecimento, pois isto poderia provocar instabilidade social.