Criptografia se torna atraente enquanto investigação varre Shanghai

23/08/2014 09:32 Atualizado: 23/08/2014 09:32

As vendas eram fracas em Shanghai para celulares que ofereciam criptografia, então, a unidade disciplinar do Partido Comunista chegou à cidade.

Recentemente, as vendas de celulares chineses com recursos de criptografia têm aumentado rapidamente em Shanghai, sendo a maioria das compras de organizações governamentais, segundo o Diário da Manhã de Shanghai (DMS). Celulares criptografados podem proteger contra várias ameaças de segurança, como prevenir que chamadas telefônicas sejam monitoradas.

Um veterano da indústria de telefonia em Shanghai indicou ao DMS que sua empresa havia tentado promover os celulares criptografados para os departamentos governamentais nos últimos anos, mas não teve boas vendas. No entanto, as ordens de repente aumentaram recentemente, disse a fonte. “Tivemos de transferir os telefones de Shenzhen para Shanghai, quando o estoque de Shanghai esgotou”, disse a fonte. “Em cada ocasião transferimos 500 a 1.000 telefones celulares.”

As ordens de telefones criptografados eram em sua maioria do governo da cidade de Shanghai, do Comitê Municipal do Partido Comunista, do Congresso Popular Municipal de Shanghai e da Conferência Consultiva Política de Shanghai, disse o relatório. “Durante uma chamada telefônica regular, se você julgar que o conteúdo é sensível, você pode alternar para o modo criptografado. Leva apenas um segundo”, disse o sr. Ji, um funcionário do governo em Shanghai, ao DMS.

O artigo do jornal atribuiu a tendência do uso de telefones criptografados domésticos a reportagens anteriores em julho sobre uma brecha de segurança no iPhone da Apple. No entanto, alguns internautas chineses associaram as novas vendas à inspeção anticorrupção recentemente lançada em Shanghai. “É óbvio que é para eles se protegerem contra a patrulha de inspeção central”, comentou um internauta. Outro disse: “A palavra chave da hora é Shanghai. Por que isso não ocorreu em Pequim ou Shenzhen?”

Um grupo do Comitê Central de Inspeção Disciplinar (CCID) instalou-se em Shanghai em 30 de julho para uma inspeção de dois meses nos trabalhos dos departamentos governamentais e de seus funcionários, como parte da campanha “anticorrupção” liderada pelo líder chinês Xi Jinping.

A inspeção anticorrupção em Shanghai seguiu-se ao anúncio de 29 de julho da investigação do “grande tigre” Zhou Yongkang, o ex-chefe da segurança pública e ex-membro do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC). “Tigre” se refere a funcionários corruptos do alto escalão do PCC.

Desde o anúncio da investigação de Zhou, tem havido muita especulação sobre a possível queda do ex-líder chinês Jiang Zemin. Jiang tem laços estreitos com Zhou e é considerado o maior tigre de todos. O poder e a influência política de Jiang estão centrados em Shanghai, assim sendo, uma investigação em Shanghai pode indicar que Xi Jinping está agora indo atrás de Jiang Zemin.

A equipe de inspeção já derrubou um colaborador próximo de Jiang e seu filho em Shanghai. Dias após a equipe se estabelecer em Shanghai, Wang Zongnan, o ex-presidente da Bright Food (Group) Co. Ltd. sediada em Shanghai, foi formalmente detido por corrupção e desvio de fundos públicos.