Série recente de eventos abordou a colheita de órgãos na China, recebendo pouca resposta da delegação chinesa
Alegações e provas de que o regime comunista chinês há anos tem colhido órgãos de prisioneiros religiosos em grande escala foram discutidas recentemente pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC), após um painel realizado pelo Congresso dos EUA na semana passada que abordou a mesma questão. Na ocasião, o Rep. Dana Rohrabacher classificou as alegações de “crimes monstruosos” contra a humanidade.
A 21ª Sessão do Conselho ocorreu entre 10-28 de setembro em Genebra, na Suíça, para uma série de reuniões. Assim como grandes assembleias, uma série de eventos paralelos patrocinados por organizações não-governamentais (ONGs) foi realizada.
Num desses painéis oficiais paralelos em 17 de setembro, Guo Jun, a editora-chefe das edições chinesas do Epoch Times, falou sobre seu trabalho de coordenar uma investigação sobre as alegações de colheita de órgãos na China de prisioneiros religiosos, especificamente de praticantes da disciplina espiritual do Falun Gong.
“Em nossa investigação, descobrimos que os prisioneiros detidos em campos de trabalhos forçados e prisões eram praticamente a única fonte de órgãos para transplante na China. A grande maioria era praticante do Falun Gong, uma disciplina espiritual chinesa”, disse ela.
“A matança de inocentes por seus órgãos é um ataque à dignidade do ser humano e aos princípios da civilização humana”, acrescentou ela.
O painel foi intitulado “Liberdade de reunião pacífica” e foi realizado no Palais des Nations.
O pesquisador Arne Schwarz também falou do seu trabalho sobre o mesmo tema. “Rins, fígados, corações, pulmões e córneas de prisioneiros foram e ainda são usados pela República Popular da China para transplante de órgãos nos hospitais militares e civis”, disse ele em comentários preparados.
“A colheita de órgãos é uma florescente ‘indústria’ (como é chamada na China) porque chineses ricos e influentes, mas também estrangeiros, pagam grandes somas de dinheiro para transplantes de órgãos.”
Ele se referiu a “estimativas informadas” que colocam o número de praticantes do Falun Gong cujos órgãos foram colhidos, na maioria das vezes depois de receberem um anestésico, mas antes de morrerem, em cerca de 65 mil.
“A grande mídia não deve mais fechar os olhos sobre as alegações de colheita de órgãos de praticantes vivos do Falun Gong”, disse ele. “As instituições médicas internacionais devem investigar as alegações de forma independente.”
Os eventos de painéis laterais, cerca de 100 dos quais foram organizados por ONGs, são realizados segundo normas rigorosas do UNHRC e somente por grupos credenciados à ONU. Listas dos painéis são exibidas em telas por todo o edifício das Nações Unidas.
Um delegado chinês estava presente no evento e deu o que um indivíduo presente caracterizou como uma resposta “suave e defensiva”, repetindo a propaganda oficial contra a prática do Falun Gong, mas não respondeu à substância das alegações ou aos pontos de provas específicas abordadas.
Na 16ª Reunião Plenária em 18 de setembro, uma grande convocação, em que representantes de dezenas de governos e ONGs estão presentes, palestrantes novamente discutiram as alegações de colheita de órgãos de prisioneiros religiosos na China.
Guo Jun falou novamente, assim como Karen Parker, uma advogada de direitos humanos e representante-chefe do Desenvolvimento Internacional para a Educação, uma ONG afiliada à ONU.
Parker disse que seu grupo estava preocupado com a “evidência contínua de que órgãos de muitos praticantes [do Falun Gong] são colhidos à força” e acrescentou a observação, “Estamos cientes de que o Conselho como um todo não resolverá qualquer problema na China devido a considerações políticas. No entanto, pedimos que os Estados eliminem o mercado de órgãos da China e que os relatores especiais sobre execução sumária, direito à saúde e direito à liberdade da tortura verifiquem essa questão como algo de grande urgência.”
Normalmente, as delegações respondem às acusações feitas contra elas em reuniões plenárias. A delegação chinesa não respondeu a Parker.
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