Crescimento imobiliário da China acabou

05/07/2012 05:00 Atualizado: 05/07/2012 05:00

Modelo em miniatura de um complexo habitacional na China. (Getty Images)Será que o gelo está derretendo e a primavera está de volta ao mercado imobiliário chinês? Os investidores recentemente têm se atrevido a fazer esta pergunta.

Os cortes recentes das taxas de juros e as palavras do primeiro-ministro Wen Jiabao reenfatizando o “crescimento estável” levaram o mercado a se perguntar se o Estado chinês mudou suas políticas para controlar a bolha imobiliária.

Além disso, em algumas cidades, os preços da habitação e volumes de vendas ou pararam de declinar ou se recuperaram ligeiramente nos últimos meses. No entanto, os fatos não confirmam o otimismo sobre o mercado imobiliário neste momento.

Primeiro, embora a desaceleração do crescimento econômico tenha forçado o Banco Popular da China a cortar as taxas de juros em 8 de junho, o Estado chinês parece estar firme em sua estratégia de controle imobiliário.

Dentro de 10 dias, em meados de junho, quatro ministérios (o Ministério da Habitação e do Desenvolvimento Urbano e Rural, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o Banco Popular da China e a Comissão Regulatória dos Bancos Chineses), fizeram declarações públicas independentes para pararem os rumores sobre aliviar o controle do mercado imobiliário.

Em segundo lugar, para o país como um todo, a tendência de queda tem continuado desde outubro de 2011. Entre as 70 cidades de grande e médio porte que o Departamento Nacional de Estatísticas acompanha, os preços da habitação diminuíram em 55 cidades em maio, comparados com 12 meses atrás.

Em terceiro lugar, nas maiores cidades, os preços da habitação são demasiado elevados por qualquer medida. Em muitas cidades, incluindo Pequim e Shanghai, a razão preço-renda é em torno de 30 para 1, quase o dobro do Japão, 16 para 1, quando sua bolha imobiliária estourou em 1990. Nos Estados Unidos, a relação preço-rendimento era de apenas 3,3 para 1 em 2011 e mesmo no 4º trimestre de 2005, no pico da bolha imobiliária, era de apenas 5,1 para 1.

Em quarto lugar, as taxas de desocupação na China têm estado bem acima da faixa normal de 5 a 10% nos países avançados. Vários estudos de pesquisa em Pequim, Zhengzhou e Hangzhou mostram valores em torno de 30%.

Em 31 de março, o Departamento de Segurança Pública do município de Pequim publicou um relatório de um projeto de 100 dias de investigação populacional. Ele diz que em Pequim, 3,8 milhões de unidades habitacionais, além do estoque habitacional existente de 13,2 milhões, estão vagas. A taxa de desocupação de Pequim é de 28,9%.

Os professores Zhang Jingqiu e Meng Bing da Universidade União de Pequim fizeram uma investigação sobre as 50 áreas distritais de Pequim e descobriram que 27,2% das unidades habitacionais não usam eletricidade por mais da metade do ano.

Em 2010, 12 estudantes universitários passaram dois meses visitando 11 mil unidades habitacionais em seis áreas distritais na cidade de Zhengzhou. Eles encontraram que uma área recém-desenvolvida teve uma taxa de desocupação de mais de 55%, enquanto as outras cinco áreas distritais tiveram taxas de desocupação superiores a 20%.

Em suma, a correção no mercado imobiliário da China continuará e os preços elevados em Pequim, Shanghai e em outras cidades maiores cairão significativamente. É apenas uma questão de tempo. Uma queda forçada acelerará este processo.

Jian Tianlun, Ph.D., escreve regularmente sobre a economia chinesa e aconselha o Epoch Times sobre economia. Seu blogue é Chineseeconomictrend.blogspot.com.