Se a Grécia deixar a zona do euro, o crescimento da exportação chinesa pode cair cerca de 4%, e seu PIB poderia ser reduzido para 6,4%, de acordo com Peng Wensheng, economista-chefe da China International Capital Corporation (CICC), um dos maiores bancos de investimento do país.
Peng publicou suas opiniões num artigo de opinião hospedado no website Finanças do Sina, um dos principais portais chineses da web.
A Grécia recentemente recorreu a um governo de transição após suas eleições mais recentes não conseguirem formar uma coalizão. Tem sido amplamente projetado que o partido de SYZRIA de extrema-esquerda e antiausteridade terá a maioria dos assentos no parlamento, possivelmente comprometendo o resgate do país pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia (UE), o que poderia forçar o endividado país para fora do bloco.
Durante uma conferência de imprensa em 15 de maio, o Ministério do Comércio da China anunciou que, devido ao impacto da crise da dívida pública na Europa, os investimentos da UE têm “declinado consideravelmente” cerca de 30%. Peng da CICC diz que o investimento estrangeiro direto (IED) da China tem visto declínio por seis meses.
O Relatório de Comércio Exterior da China da primavera de 2012, lançado no final de abril pelo Ministério do Comércio da China, indicou que a taxa de crescimento das exportações da China para a Europa caíram para 6,5% durante o quarto trimestre do ano passado, de 18,2% no trimestre anterior.
Enquanto isso, as exportações chinesas para a UE diminuíram 1,8%, com uma diminuição de quase 30% nas exportações para a Itália. As exportações totais para os Estados Unidos e o Japão foram consideradas estáveis, com aumentos de 12,8% e 10,3%, respectivamente, segundo o relatório.
Com um número crescente de fracassos econômicos, a crise da dívida na Europa se espalhou para a economia real, de acordo com Peng. Ele sugeriu que as turbulências nas economias dos países europeus poderiam ter um efeito dominó, prejudicando as exportações da China e levando a uma ruptura na cadeia de capital, o que significa que as empresas podem não receber dinheiro.
No início deste ano, o FMI advertiu que “a taxa de crescimento da China cairia abruptamente se a zona do euro experimentasse uma recessão acentuada”. O economista Yao Wei do banco francês Société Générale em Hong Kong também previu que as exportações chinesas podem ser prejudicadas pelos problemas da dívida na Europa, fazendo o crescimento das exportações cair para um dígito.