Em 13 de setembro, outro funcionário chinês pulou para a morte depois de sucumbir à pressão de uma investigação sobre corrupção.
Dai Xiangchuan, de 49 anos, vice-diretor da Secretaria de Ambiente da Terra e Recursos da cidade de Qionghai estava sendo investigado por apreensões ilegais de terras, segundo a Caixin, uma revista financeira chinesa.
Ele é mais um de uma lista crescente de funcionários que cometeram suicídio nos últimos três anos. Numa nota de suicídio, Dai Xiangchuan admitiu que estava sob grande pressão. “Minha saúde não tem estado bem, a pressão do trabalho é intensa, eu não quero mais viver”, escreveu ele, segundo o Hinews.cn.
O aumento no número de funcionários chineses cometendo suicídio é atribuído em grande parte a seu envolvimento em práticas de corrupção, segundo os pesquisadores especialistas Ren Jingjun e Hu Xingdou.
Ren Jingjun, diretor do Centro de Pesquisa de Saúde Pública da Universidade Tsinghua disse à Voz da América que funcionários do Partido Comunista Chinês (PCC) estão cometendo suicídio por causa da corrupção, competição e outros fatores, mas dados estatísticos não foram analisados para determinar a causa primária.
O Prof. Hu Xingdou, um especialista em problemas sociais na China do Instituto de Tecnologia de Pequim, acredita que os funcionários devem aceitar as consequências de sua decisão de serem corruptos. “Se os funcionários se juntarem ao lado errado e seguirem as pessoas erradas, eles assumirão o risco. A corrupção é muito popular no oficialismo chinês. Funcionários corruptos se preocupam que suas más ações serão reveladas e não podem dormir bem durante noite”, disse ele.
As autoridades chinesas estão essencialmente presas entre uma rocha e um lugar duro, porque a menos que joguem com a natureza corrupta de seus superiores, eles correm o risco de serem afastados do cargo. “É por isso que muitas pessoas sentem que ser um funcionário é um grande tormento, talvez esta seja a razão por que mais e mais funcionários têm cometido suicídio”, disse Hu Xingdou.
Uma amostra
Certo número de funcionários terminou suas vidas ao longo dos últimos anos por uma variedade de razões.
17 de fevereiro de 2009: Zhang Shengli, diretor da Secretaria Nacional Chinesa de Administração de Rádio, pulou de um edifício de escritórios localizado no distrito de Chaoyang em Pequim.
23 de maio de 2009: Zhou Xin, diretor da Secretaria de Negócios da cidade de Anqing, província de Anhui, pulou de um prédio de escritórios.
12 de dezembro de 2009: Duan Junyi, vice-líder de equipe de patrulha policial na cidade de Hengyang, província Human, usou uma arma policial emprestada para acabar com sua vida aos 41 anos.
11 de janeiro de 2010: Liu Yunfeng, diretor da Secretaria de Construção da cidade de Dezhou, província de Henan, foi ao Hotel Jinyi para enfrentar um interrogatório depois de receber um telefonema do Comitê Municipal de Inspeção Disciplinar. Na manhã seguinte, ele quebrou as janelas do banheiro de um hospital e pulou do sétimo andar.
5 de fevereiro de 2010: Liu Xianjin, diretor da Procuradoria Popular da cidade de Maoming, província de Guangdong, pulou de seu apartamento.
Agosto 2010: Dai Yong, vice-diretor do Comitê de Inspeção Disciplinar e Escritório de Supervisão do condado de Sheyang, província de Jiangsu, pulou do edifício do Hospital Popular do condado de Sheyang.
28 de abril de 2011: Zhang Guangsheng, membro do Comitê do PCC da Secretaria de Segurança Pública e presidente da Comissão de Inspeção Disciplinar, pulou de um prédio.
6 de outubro de 2011: Ye Jinru, diretor do Comitê de Planejamento Familiar da cidade de Shaoxing, província de Zhejiang, pulou do 14º andar do Hotel Internacional de Shaoxing.
5 de novembro de 2011: Tang Hongwu, diretor do Departamento de Supervisão de Mercado do Comitê Regulatório de Ações da China, pulou do edifício devido à depressão.
15 de agosto de 2012: Xu Xiangjun, chefe de divisão da Secretaria de Administração Imobiliária da cidade de Luomi, província de Hunan, pulou de um prédio durante um período de “shuanggui”, ou regulamento duplo, uma medida disciplinar fora do sistema legal que coloca um funcionário em detenção e interrogatório. Ele pulou para a morte de um prédio.