A administração Obama identificou pela primeira vez publicamente o regime chinês como o responsável por uma grande campanha de ciberespionagem, como parte de um relatório anual, quase o dobro do ano anterior, sobre o crescente poder militar da República Popular da China (RPC).
O relatório publicado pelo Departamento de Defesa dos EUA também chama a atenção para a implementação chinesa de tecnologia avançada para acompanhar o ritmo armamentista norte-americano e inclui uma seção especial sobre as capacidades de satélites de sensoriamento remoto da China.
Embora especialistas tenham apontado para a ciberespionagem que emana da China há anos, é a primeira vez que o governo dos EUA reconhece publicamente incursões cibernéticas do regime. Mesmo assim foi o Pentágono, em vez da Casa Branca, que fez a indicação.
Fazendo referência a um relatório de pesquisa de 2012 do Instituto Projeto 2049, o repórter de segurança nacional Bill Gertz advertiu que “a 3ª Secretaria do Departamento Geral de Pessoal do Exército da Liberação Popular [ELP] é provavelmente a principal autoridade de vigilância cibernética”, que tem por anos “coordenado uma campanha de espionagem cibernética contra alvos no governo dos EUA, na indústria e nas redes de computadores de institutos de pesquisa”.
A aparente desatenção do Departamento de Defesa sobre esta análise e a resposta ambígua às provocações chinesas no ciberespaço são motivo de preocupação para muitos especialistas em segurança.
“O Gabinete do Secretário de Defesa entendeu claramente, embora não de todo correto historicamente do ponto de vista chinês”, diz William Hagestad II, autor de “21st Century Chinese Cyberwarfare” e consultor sobre cibersegurança chinesa, num e-mail. “A RPC irá ao extremo para prevenir o controle comercial e militar estrangeiro sobre o domínio da informação chinesa no século 21.”
O Pentágono disse que as operações de informação do ELP têm reforçado sua flexibilidade e capacidade de resposta, o que beneficiará suas operações de campo, bem como seus processos de tomada de decisão. Ciberataques também seriam uma ferramenta eficaz para o exército chinês durante um cenário de guerra ou crise, para interromper a comunicação, navegação e radares dos EUA, indicou o relatório.
O relatório dedica uma seção à grande implantação de satélites de imagens e sensoriamento remoto pela RPC sob uma variedade de missões. Estes satélites podem fornecer apoio militar direto, assim como inteligência sobre forças militares estrangeiras, infraestrutura crítica e alvos de significado político. Os satélites também são bases para a realização de experimentos científicos, levantamento e mapeamento de recursos terrestres, bem como de desastres e monitoramento do clima.
A RPC continuará a aumentar suas forças de satélite com o lançamento planejado de 100 satélites até 2015. Esses lançamentos incluem satélites de imagem, sensoriamento remoto, navegação, comunicação e científicos, bem como uma nave espacial tripulada.
Richard D. Fisher, membro sênior do Centro Internacional de Avaliação e Estratégia, levantou dúvidas a respeito da resposta do Pentágono sobre as últimas capacidades de armas convencionais da China, num e-mail ao Epoch Times.
“O governo teve pelo menos uma década de avisos sobre a implantação iminente do míssil balístico antinavio DF-21D”, disse ele. “Então, por que não houve um programa de emergência para desenvolver defesas promissoras como canhões eletromagnéticos, lasers e outras armas de energia?”
Fisher continuou: “Este relatório diz que a China pode produzir até 20 submarinos classe Yuan equipados com propulsão de ar independente, o que representa um aumento em relação a estimativas anteriores do governo dos EUA de 15 desses submarinos. É hora de Washington se tornar muito mais sério sobre seus compromissos de 2001 e vender oito novos submarinos convencionais para Taiwan?”
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