A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Carlos Augusto de Almeida Ramos, ou Carlinhos Cachoeira, foi marcada pelo direito constitucional de permanecer calado, usado pelo contraventor para não responder às perguntas dos parlamentares.
Finalizado nesta terça-feira (22) às 16 horas e 30 minutos, o depoimento de Cachoeira à CPMI foi realizado no Senado com objetivo de investigar as relações do contraventor com agentes públicos e privados.
Logo após o início de seu depoimento às 14 horas, orientado pelos seus advogados, o contraventor disse que só dará sua versão das acusações levantadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, após sua audiência na Justiça.
Alguns parlamentares, ao entender que Cachoeira ficaria calado, não fizeram perguntas.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que a CPMI está diante de um ‘marginal’ que se coloca na posição de um ‘livre’. Ao final de sua fala declarou “não farei indagação alguma, porque resposta não há”.
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) concordou em finalizar a CPMI para não continar com esse ‘espetáculo ridídulo’ e considerou que a CPMI poderia ser mal interpretada pela população brasileira.
A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou que a solução é pedir imediatamente quebra dos sigilos bancários e telefônicos para continuação das investigações. Devido a postura do contraventor de usar o direito de permanecer calado, a senadora concluiu que a CPMI deveria ser finalizada.
Abreu fez um requerimento, que foi apoiado também por outros parlamentares do PSDB, PPS, PT, DEM e pelo relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-PR).
Com o recebimento do requerimento, o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), pediu que os 39 parlamentares inscritos na votassem a favor ou contra. A CPMI foi encerrada, uma vez que a maioria dos parlamentares votaram a favor do requerimento apresentado pela senadora.
O presidente da CPMI confirmou para a próxima quinta-feira (24) o depoimento dos envolvidos diretamente com o contraventor. A comissão decidiu ouvir Wladimir Henrique Garcez, Idalberto Matias de Araújo e Jairo Martins de Souza. Os outros três envolvidos serão ouvidos na semana seguinte, informou Agência Câmara de Notícias.