China está ausente no relatório de corrupção, pois o regime se recusa a responder a questões investigativas
Todos sabem que a corrupção é antiética e prejudica a tomada de decisões econômicas eficientes. Um relatório recente nos diz como alguns países estão se saindo e o custo para suas economias.
A corrupção assume muitas formas e é praticada por pessoas que detêm o poder, seja no setor público ou privado, para ganhos ilícitos, incluindo suborno, desvio de fundos públicos, nepotismo e formulação de normas para ganhos privados.
A corrupção global resulta em ganhos ilegais de 1 a 1,6 trilhão de dólares anualmente, segundo o Banco Mundial. “A corrupção diminui a quantidade de riqueza num país e baixa o padrão de vida”, diz a organização de Washington DC.
Reduzir a corrupção, no entanto, beneficia o poder de arrecadação das empresas e até mesmo a renda das nações. “Em muitos países, a corrupção afeta as pessoas desde o nascimento até a morte”, afirma o “Barômetro Global da Corrupção 2013”, um relatório publicado recentemente pela Transparência Internacional (TI).
A TI, fundada em 1993, reporta sobre a corrupção em todo o mundo. O Barômetro Global da Corrupção (GCB) é uma pesquisa de opinião de pessoas comuns sobre a corrupção num país específico. O suborno em negócios internacionais é relatado pelo Índice de Pagadores de Suborno (BPI). O setor público de cada país é classificado e pontuado no Índice de Percepção de Corrupção (CPI).
Se as respostas na pesquisa estão faltando, um determinado país será excluído do relatório. Consequentemente, se um país está ausente, isso não significa que não haja corrupção. Muitas vezes, os maiores infratores censurarão as respostas e, portanto, não aparecerão no relatório.
Barômetro da Corrupção 2013
A última publicação da TI, o “Barômetro Global da Corrupção 2013”, relata sobre a corrupção em 107 países. O relatório indica que a corrupção global continua inabalável e pode impedir as pessoas de iniciar um negócio ou comprar uma casa.
Uma pontuação de 1 a 5 foi atribuída a todos os países pesquisados, com 1 indicando que não houve corrupção em determinado país e 5 para os extremamente corruptos.
De acordo com o relatório, os Estados Unidos têm problemas de corrupção. Os partidos políticos receberam uma pontuação de 4,1. A melhor pontuação no país foi de 2,9 e atribuída aos militares estadunidenses. Os meios de comunicação receberam 3,7, a polícia 3,3 e os funcionários públicos e privados pontuaram 3,6.
Quase dois terços dos norte-americanos acreditam que poderosos grupos de interesse governam os Estados Unidos, enquanto apenas 5% dos noruegueses expressaram tal pensamento sobre seu governo. Entre 5 e 9,9% dos cidadãos norte-americanos admitiram ter pago suborno no ano passado.
Ruanda, o país africano menos corrupto, marcou 2,1 ou menos em todas as categorias. Os partidos políticos de lá receberam uma pontuação de 1,2 e os militares 1,1. Os funcionários públicos receberam uma pontuação de 1,7.
Mais da metade das pessoas do mundo pensam que a corrupção piorou nos últimos dois anos. No entanto, muitos pensam que têm o poder de combater a corrupção e que podem fazer a diferença.
A pontuação da corrupção no Brasil indicada na pesquisa foi a seguinte por critério ou setor: Partidos Políticos 4,3; Legislativo 4,1; Militares 2,7; ONGs 2,9; Mídia 3,1; Órgãos Religiosos 2,8; Empresariado 3,0; Educação 2,9; Judiciário 3,4; Saúde 3,5; Polícia 4,0 e Serviço Público 3,3.
China, uma economia global importante, omissa no relatório
A China, considerada um grande ator econômico, está ausente no “Barômetro Global da Corrupção 2013”.
No Índice de Percepção de Corrupção de 2012, porém, a China foi classificada na 80ª posição entre 176 países, ao lado da Sérvia e de Trinidad e Tobago. Ela teve uma pontuação de 39 numa escala de 0-100, “em que zero significa que um país é considerado altamente corrupto e 100 bastante correto”, segundo o relatório.
A TI pediu a empresas de pesquisa de mercado na China para enviarem as perguntas da investigação. Mas, devido à censura generalizada do regime chinês, muitas das perguntas foram excluídas, dessa forma invalidando o levantamento, segundo um artigo recente no Wall Street Journal.
Corrupção na China
“Quando o líder chinês Xi Jinping exige uma resposta dura à corrupção, isso é saudado como uma política inovadora, mas quando as pessoas comuns dizem o mesmo em público, seu governo considera isso subversão”, disse Sophie Richardson, diretora da Human Rights Watch, num comunicado recente.
Para piorar as coisas, o regime chinês prendeu 15 ativistas anticorrupção em Pequim e na província de Jiangxi cerca de três meses atrás por organizarem ou participarem de manifestações pedindo que oficiais do governo tornassem público os ativos que possuem.
Os ativistas são acusados de assembleia ilegal, incitar a subversão do poder do Estado, perturbar a ordem social e extorsão. O crime de “incitar a subversão” pode resultar numa pena de prisão de 15 anos, enquanto as outras acusações chegam a 5 anos.
Enquanto a China é um exemplo particularmente ruim, o mundo inteiro deve continuar a combater a corrupção. A boa notícia é que as pessoas estão dispostas a cuidar do problema.
“Os esforços para deter a corrupção começaram seriamente no início de 1990, num momento em que isso era um segredo pouco discutido. Vinte anos mais tarde, o ‘Barômetro Global da Corrupção 2013’ mostra que as pessoas reconhecem muito bem a extensão do problema e estão dispostas a resolver esta questão por si mesmas”, afirmou o relatório da TI.
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