Deixar de lado a preocupação com o calçado correto pode levar ao aparecimento de lesões musculares, nos tendões e até mesmo as fraturas por estresse
Como toda a prática de exercício, a corrida de rua também requer alguns cuidados. A escolha do tênis está entre os itens mais importantes para deixar as temidas lesões por estresse bem longe também dos atletas amadores. Se considerarmos a dor de cabeça (dias afastado do trabalho, despesas com remédios) que uma lesão no músculo, tendões ou ossos pode causar, o investimento em orientação qualificada antes da atividade física e em bons equipamentos, como é o caso do tênis, deixa de ser encarado como capricho – é, ao contrário, básico.
Há calçados especialmente projetados para amortecer cargas maiores, fundamentais para quem acaba de sair do sedentarismo e ainda está acima do peso, mas há também versões específicas para diferentes tipos de pisada: a neutra, quando o impulso é feito pela parte externa e a pisada é “reta”, a pronada, uma espécie de torção, quando a pisada começa pela parte externa do calcanhar e há uma inclinação para “dentro” com o impulso sendo realizado pelo dedão; há ainda o formato supino, em que a pessoa realiza toda a pisada com a parte externa do pé.
Se houver dúvidas sobre o tipo de pisada, o Dr. Ricardo Nahas, um dos coordenadores do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte, recomenda que a melhor escolha é o tênis para pés neutros. “Hoje em dia há diversas opções a bom preço e que oferecem a firmeza necessária para evitar deslocamentos do pé durante a atividade física”, observa.
Deixar de lado a preocupação com o calçado correto pode levar ao aparecimento de lesões musculares, nos tendões e até mesmo as fraturas por estresse, quando o impacto excessivo repetidas vezes causa fissuras ósseas que, se não diagnosticadas e tratadas rapidamente, podem evoluir para uma fratura completa.
“Além da correta escolha do tênis, é preciso estar atento aos movimentos indicados para a corrida. Por isso, o acompanhamento de um médico e de um educador físico não deve ser encarado como uma opção apenas para melhorar a performance e alcançar o máximo desempenho, mas uma necessidade para evitar lesões graves”, finaliza o Dr. Nahas.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no site do Hospital Nove de Julho.