A Coreia do Norte ameaçou suspender as conversações de alto nível com Seul, acusando ainda o seu vizinho de não impedir o lançamento de balões com propaganda para o seu território, revelou o Ministério da Unificação da Coreia do Sul.
A Comissão Nacional de Defesa, um dos mais altos órgãos do poder da Coreia do Norte, enviou domingo (26) um fax para o gabinete da Presidente sul-coreana no qual explica que será obrigado a reconsiderar o pacto para retomar o diálogo, revelou à agência Efe um representante do Ministério.
Na mensagem, o governo de Kim Jong-un insta a Coreia do Sul a “refletir sobre a possibilidade de manter um contato de alto nível nas atuais condições”, acrescentou a mesma fonte.
Concretamene, a Comissão Nacional de Defesa acusa o governo da Coreia do Sul de nada ter feito para impedir ativistas de organizações não-governamentais do país de terem enviado sábado para a Coreia do Norte milhares de panfletos de propaganda através da fronteira de ambos os países.
Seul respondeu hoje a Pyongyang com uma mensagem em que reiterou não existir no país “um quadro legal para impedir o lançamento de balões, já que os ativistas estão amparados pelo direito e pela liberdade de expressão plasmado na Constituição”, disse uma porta-voz.
A Coreia do Sul também aproveitou para reiterar a sua proposta para retomar as conversações de alto nível na quinta-feira, 30 de outubro, uma proposta a que a Coreia do Norte não respondeu.
Ativistas da Coreia do Sul enviaram sábado em direção à Coreia do Norte vários balões com 20 mil panfletos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un, pese as advertências de Pyongyang e a forte oposição de residentes da zona.
Apesar da atividade ser habitual, o regime da Coreia do Norte retomou nos últimos meses reações por vezes violentas contra este tipo de atividade, tendo inclusive “atacado” os balões com tiros de metralhadora para que estes não cheguem ao seu território.
Dentro dos balões e além da propaganda anti Pyongyang, as organizações não-governamentais costumam também enviar notas de dólar e chocolates.