Coreia do Norte: mais teste nucleares ‘contra os EUA’

26/01/2013 18:31 Atualizado: 26/01/2013 18:31
O lançamento do foguete norte-coreano Unha-3 na província de Pyongan em 12 de dezembro de 2012 (KNS/AFP/Getty Images)

A Coreia do Norte anunciou que pretende realizar mais testes nucleares e de lançamento de foguetes de longo alcance, mas acrescentou um ligeiro detalhe: eles terão como alvo específico os Estados Unidos.

“Não escondemos que vários satélites e foguetes de longo alcance serão lançados um após o outro e que um teste nuclear de alto nível será realizado numa ação próxima”, disse um comunicado da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, segundo a mídia estatal.

A declaração da Comissão sugere que o isolado país comunista possa estar se afastando da alegação de que seus lançamentos de foguetes sejam satélites “pacíficos”. No mês passado, Pyongyang testou com sucesso um foguete de longo alcance, colocando em órbita um satélite que está agora inoperativo, mas as autoridades ocidentais dizem que esta foi uma tentativa velada de testar a tecnologia de mísseis balísticos.

A Comissão disse que a iniciativa marca “uma nova fase do conflito anti-EUA que tem durado século após século [e] terá como alvo os EUA, o maior inimigo do povo coreano”. E acrescentou, “Acertar as contas com os EUA precisa ser feito pela força, não com palavras, pois eles consideram a lei da selva como a regra de sua sobrevivência.”

No passado, o Norte realizou um teste nuclear após o lançamento de um foguete, como em 2006 e 2009. Na terça-feira, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo a China, o principal aliado do Norte, votaram unanimemente por mais sanções sobre o regime e condenaram o lançamento do foguete em 12 de dezembro.

Um comunicado emitido pela Coreia do Norte em resposta à resolução diz, “Nós nunca reconhecemos todas as formas de resoluções que fortalecem sanções fabricadas por forças hostis para usurpar a soberania [da Coreia do Norte].” O comunicado norte-coreano também afirmou que não haveria mais negociações sobre a desnuclearização da Península Coreana.

Mas, apesar da natureza alarmante da declaração da Comissão, o caminho trilhado segue sua lógica. Há longo tempo, a família Kim governante conta com a criação de tensão militar entre ela e os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Criar tensão é a única forma de poder ou influência que a nação pode exercer no palco mundial, o isolado Estado tem uma economia praticamente inexistente e muito poucos laços diplomáticos e é, portanto, relativamente impotente.

Na quinta-feira, o website do Diário NK informou que o Norte pode já ter começado o processo de preparação para seu terceiro teste nuclear. Um funcionário do governo sul-coreano disse que, “A Coreia do Norte tem preenchido com terra e concreto trazidos de outro lugar um túnel cavado para um teste nuclear. Também foi confirmado que um cabo sai direto do túnel.”

Além disso, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que Pyongyang poderia detonar um dispositivo nuclear se quisesse, informou a agência de notícias Yonhap. “É nosso entendimento que, se a liderança der seu consentimento, o Norte pode detonar um dispositivo nuclear sempre que quiser”, disse um porta-voz do ministério à agência.

Os Estados Unidos pouco reagiram em resposta à declaração do Norte. “A declaração da Coreia do Norte é desnecessariamente provocativa e um teste seria uma violação significativa das resoluções do Conselho de Segurança”, disse Jay Carney, o secretário de imprensa da Casa Branca, segundo uma transcrição.

“Novas provocações só aumentariam o isolamento de Pyongyang e seu foco contínuo em seu programa nuclear e de lançamento de mísseis não está ajudando em nada o povo norte-coreano.”

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