Copacabana policiada após morte de dançarino do Esquenta e tumulto

23/04/2014 23:26 Atualizado: 24/04/2014 17:11

RIO DE JANEIRO – O policiamento segue reforçado nesta quarta-feira nos arredores da favela Pavão-Pavãozinho, no Morro do Cantagalo, em Copacabana, Zona Sul do Rio, após o tumulto que se seguiu à morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, vulgo DG, de 26 anos, durante o tiroteio de segunda-feira (21) entre policiais militares e traficantes, de acordo com a assessoria das UPPs. As principais vias do bairro seguem monitoradas, com viaturas posicionadas e rondas permanentes. Helicópteros também sobrevoam a área.

Douglas Pereira era dançarino do Esquenta, um programa da TV Globo. Ele estaria visitando sua filha de quatro anos, que mora no morro com a mãe e ex-namorada, de acordo com Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino, ouvida pelo G1. Segundo um morador da favela que não quis se identificar, Douglas estaria na companhia de bandidos no momento da operação da polícia.

Conforme a perícia realizada na manhã desta terça-feira pela PM, o corpo de Douglas foi achado numa creche municipal, na Rua Saint Roman, na subida da favela, para onde teria fugido durante a incursão do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O laudo preliminar apontou fraturas “compatíveis com queda” e ferimento no tórax por “ação perfuro-contundente”, termo técnico para disparo por arma de fogo. A morte do rapaz está sendo investigada pelo 13ª DP (Ipanema), onde o caso foi registrado.

Na noite da sexta-feira passada (17), Petrick Costa dos Santos, de 21 anos, morreu em confronto com policiais da UPP. Segundo a polícia, ele portava uma pistola israelense de uso restrito e já tinha passagem por agressão, uso e posse de entorpecentes e resistência à prisão.

Dotado de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde 2009, tiroteios entre bandidos e policiais, bombas e fogos de artifício do tráfico nunca cessaram na favela Pavão-Pavãozinho. Sinais de que a tão divulgada pacificação nunca ocorreu no local.

Tumulto

Durante a confusão desta terça-feira, outro homem, de cerca de 30 anos, também morreu, após ser baleado. Ele chegou sem vida ao Hospital Municipal Miguel Couto, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Barricadas foram montadas e incendiadas interditando parte da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, a principal via do bairro. Relatos dão conta ainda de uma terceira morte, um garoto de 12 anos, ainda não esclarecida.

À noite, o barulho de helicópteros se somou aos sons de bombas e rajadas de tiros, que ecoavam na região desde o início da tarde. Assustados, moradores relataram quebra-quebra nas redondezas e ao menos um carro queimado na subida da favela. O Batalhão de Choque da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros também estiveram no local. Parte da favela e arredores ficou sem luz e lojas e acessos do metrô fecharam as portas na localidade. Somente por volta das 20h30, a situação foi controlada.