RIO DE JANEIRO – Novo estádio, velhos problemas. Na manhã desta segunda-feira (4), longas filas e tumulto marcaram a venda de ingressos para o jogo entre Flamengo e Goiás, pela Copa do Brasil, marcado para quarta-feira no estádio do Maracanã.
A venda havia começado no sábado (2), na internet e para os sócios torcedores do clube. No domingo, iniciou-se a compra nas bilheterias para o torcedor comum, na Gávea, estendendo-se nesta segunda-feira a outros dois pontos: Maracanã e Engenhão. Os 50.500 ingressos à venda para a torcida do Flamengo já estão esgotados.
No Maracanã, chamou atenção a desorganização do serviço oferecido pelo Consórcio Maracanã SA, que administra o estádio. A verdadeira batalha que se travou para garantir um lugar na semifinal de quarta-feira teve início às 9h da manhã. Neste horário, uma longa fila já se formava ao redor da bilheteria 4 do estádio, onde muitos rubro-negros aguardavam o início da venda, marcada para as 10h.
Às 9h40, funcionários do Consórcio Maracanã informaram que a venda de ingressos seria feita na bilheteria 3, gerando uma enorme correria para o local, com muitos torcedores pulando as grades que organizariam o andamento da fila.
A presença de poucos funcionários da companhia administradora do estádio para orientar a clientela, somado ao fraco policiamento, resultou em enorme aglomeração de flamenguistas no início da fila, gerando desconforto, confusão e muitas reclamações. Algumas mulheres passaram mal devido ao forte calor. Ainda assim, o clima de descontração por parte dos rubro-negros conseguiu prevalecer, com seus tradicionais gritos de apoio à equipe.
As bilheterias foram abertas com aproximadamente 15 minutos de atraso, o que não conseguiu atender à demanda, posto que poucos guichês foram abertos e a situação só piorou. Apenas por volta das 11h30, todos foram ativados, gerando ainda mais tumulto e correria para se organizar novas filas.
Vencida esta etapa, mais atraso, devido à lentidão do sistema interno para impressão das entradas. No geral, o torcedor que foi ao Maracanã na manhã de segunda-feira exercitou bastante a sua tolerância para superar uma bateria de provas e garantir, ao final, o seu ingresso.
O caos de ontem colocou em evidência a ainda deficiente logística dos consórcios e dos clubes para venda de ingressos a não sócios, principalmente em jogos decisivos. Poucos guichês abertos para atender dezenas de milhares de pessoas em pouquíssimas e gigantes filas, que remeteram à época em que o Maracanã era administrado pela então Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), quando a situação da comercialização de entradas não era diferente.
O Flamengo também não costuma enviar funcionários para oferecerem auxílio no local de venda dos ingressos. Nos dias de partidas, o Consórcio Maracanã vem exibindo organização e oferecendo boa orientação e ao público presente. Reformou-se o interior, mas não o exterior. Quem paga o pato, com isso, é o torcedor.