A desafiadora Coreia do Norte foi adiante com o lançamento de seu altamente controverso míssil de longo alcance na sexta-feira apesar de semanas de avisos e condenação internacional. O lançamento, no entanto, lembrou as duas últimas tentativas em 2006 e 2009, e despencou no oceano apenas alguns minutos após a decolagem, informou a agência de notícias Yonhap.
A Coreia do Norte sustentou que o lançamento visava colocar um satélite meteorológico em órbita. A maioria dos poderes internacionais, incluindo os Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, acreditava que era um teste de míssil balístico para fins militares.
Enquanto acredita-se que a fechada nação comunista tem plutônio suficiente para produzir várias armas nucleares, ela não tem capacidade de produzir mísseis balísticos de longa distância capazes de carregar uma ogiva nuclear.
O lançamento estava sendo tratado com um show pelo novo regime, com Pyongyang ostentando no processo que colocar um satélite em órbita no dia do aniversário do nascimento de Kim Il Sung, o fundador do país e avô do atual líder Kim Jong Un, faria a Coreia do Norte próspera.
Mais de 100 jornalistas ganharam acesso raro ao centro de controle e a plataforma de lançamento do foguete nos dias próximos do evento. No entanto, nenhum foi informado na sexta-feira que o lançamento real estava acontecendo.
O lançamento oficial foi rapidamente seguido por relatos naquele momento não confirmados de que o foguete tinha defeito.
“A Coreia do Sul e autoridades da inteligência norte-americana acreditam que o lançamento do míssil da Coreia do Norte terminou em fracasso”, disse Kim Min Seok, o porta-voz do Ministério da Defesa de Seul, ao Yonhap e outras mídias.
Não houve relatos de danos no Japão, onde uma das peças do foguete Unha-3 poderia ter caído. O Chefe de Gabinete Osamu Fujimura disse à agência de notícias Kyodo que seu departamento acredita que “não houve impacto da queda de objetos”, e exortou o público a manter a calma e seguir com suas vidas. O Japão esteve de guarda dizendo que abateria o míssil se ele se aproximasse do território japonês.
Fontes militares sul-coreanas disseram ao Yonhap que eles acreditam que o foguete caiu entre 125 e 185 km da cidade portuária sul-coreana de Gunsan, acrescentando que navios da Marinha rastrearam sua trajetória.
O lançamento aconteceu horas depois de os ministros das nações do G8 haverem exigido que a Coréia do Norte não prosseguisse. Num comunicado, o grupo pediu a Coreia do Norte que “abandonasse todas suas armas nucleares existentes e programas de mísseis nucleares e balísticos de maneira completa, verificável e irreversível”.
Na quinta-feira, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o lançamento do míssil balístico tornaria “virtualmente impossível” para os Estados Unidos continuarem com seu programa de ajuda alimentar à Coreia do Norte.
Grupos de direitos humanos condenaram o regime norte-coreano, dizendo que o míssil coloca maior pressão sobre as vidas das pessoas na nação empobrecida e desnutrida.
Em 29 de fevereiro, Washington e Pyongyang chegaram a um acordo que a Coréia do Norte pare de lançar mísseis e testar suas capacidades nucleares em troca de 240 mil toneladas métricas de ajuda alimentar dos Estados Unidos. Desde os anos 90, cerca de 1 milhão de norte-coreanos morreram de fome e o país está novamente numa fome terrível. Acredita-se que milhões de pessoas estão atualmente subnutridas.