Contribuintes chineses pagam por sistema de trabalho forçado, enquanto oficiais lucram

12/01/2013 20:06 Atualizado: 12/01/2013 20:06
Prisioneiros são escoltados por uma policial num dia comum numa prisão em Nanjing em 2005 (STR/AFP/Getty Images)

Contribuintes chineses estão pagando centenas de milhões de yuanes para que oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) possam prender e escravizar concidadãos. Autoridades de segurança do PCC frequentemente forçam prisioneiros de campos de trabalho a fazerem produtos para exportação, beneficiando-se com os lucros da venda desses produtos.

Na província de Guangdong, conhecida por sua economia em expansão, a Secretaria de Reeducação local divulgou em seu website oficial que possui 12 unidades sob sua supervisão e que seu orçamento aumentou em 9,5% ao ano nos últimos três anos, atingindo 511 milhões de yuanes (82 milhões de dólares) em 2012. Deste montante, 466 milhões de yuanes (75 milhões de dólares), ou 91%, foram fornecidos pelo governo a partir dos impostos dos contribuintes, segundo o 21st Century Business Herald, um jornal de negócios popular na China.

Outro exemplo é o orçamento de 2012 da Secretaria de Reeducação em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, que foi de 323 milhões de yuanes (52 milhões de dólares), sendo 95% originário de fundos públicos.

Segundo o comentarista Xia Xiaoqiang, especialista em questões chinesas, o sistema chinês de reeducação tem sido fundamental para os secretários do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) por anos. O sistema também se transformou num gerador de fortuna pessoal para esses secretários e seus associados. Em essência, o sistema de reeducação pelo trabalho forçado se tornou uma grande brecha para a corrupção, diz ele.

“Os campos de reeducação não apenas se envolvem na perseguição de indivíduos, eles também são uma comunidade de escravidão”, disse Xia Xiaoqiang. “As pessoas presas nestes campos equivalem à mão-de-obra gratuita, com salários cerca de 150 vezes menores do que a média nacional chinesa, enquanto a intensidade do trabalho é muitas vezes mais severa. Consequentemente, as autoridades dos campos de reeducação e os vários níveis de secretários do Partido Comunista encarregados dos assuntos políticos e legais obtêm imensos lucros com este sistema.”

Xia Xiaoqiang continuou, “Ironicamente, as exportações de produtos fabricados em campos de reeducação com baixíssimos custos trabalhistas estão trazendo dinheiro para a China.”

Segundo dados oficiais, existem atualmente 350 campos de reeducação por toda a China, com cerca de 160 mil pessoas presas. Estimativas não-oficiais indicam que o número real seria de sete dígitos em diante.

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