Consultor suspeito de cartel de trens controla 23 contas na Europa, diz MP

09/12/2014 13:16 Atualizado: 09/12/2014 13:16

O consultor Arthur Gomes Teixeira, acusado pela Polícia Federal em investigação, suposto participante de um monopólio de empresas que seria autora de fraudes em licitações de trens e metrô em São Paulo, é apontado como administrador de pelo menos 23 contas em bancos europeus, segundo o Ministério Público (MP) de São Paulo e conforme publicado no portal de notícias G1.

As contas bancárias estariam em nome do consultor e também de empresas ou pessoas relacionadas a ele.

Leia também:
Justiça de SP acolhe denúncia contra acusados de participar em cartel
PF indicia 33 por suspeita de fraude em licitações da CPTM e do Metrô
Ministro do STF pede arquivamento de inquérito sobre cartel do Metrô de SP

A informação é do Ministério Público de São Paulo, que mandou na semana passada, em colaboração com o Ministério Público Federal, uma comissão para Berna, na Suíça, à procura de evidências atuais de corrupção abrangendo empresas multinacionais e funcionários públicos brasileiros, anunciou o Jornal Nacional.

As contas relacionadas ao consultor estariam distribuídas na Suíça, na Alemanha e no Reino Unido.

Ele é acusado de ser o agente do pagamento de suborno das companhias suspeitas de monopólio para os servidores públicos.

De acordo com a Polícia Federal, o suborno era pago para que companhias que operavam no provável monopólio fossem beneficiadas em licitações e contratos públicos.

No total, a Polícia Federal acusou 33 pessoas na apuração sobre plano de falcatruas em licitações que teria atuado entre 1998 e 2008 ao longo do governo do PSDB, com o trato para distribuir entre as empresas contratações de reformas no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O Ministério Público de São Paulo acredita que, com o envio oficial pela Suíça dos autos de apuração criminal, seja possível constatar se há mais servidores públicos comprometidos com o esquema de monopólio e conhecer melhor o método de ação de multinacionais como Alstom e Siemens para obter os contratos.

A revelação das contas desmente a declaração de Teixeira à Promotoria no fim do ano passado, quando ele disse que só teve duas contas na Suíça, ambas encerradas há 10 anos. O advogado do consultor disse que ele não tem conta nem valores no estrangeiro. A defesa comunicou ainda que está proibida de revelar o que os promotores descobriram na Suíça.

Já a CPTM e o Metrô afirmaram que são os que têm maior interesse em apurar as acusações.

Espera-se ainda que as novas evidências auxiliem na identificação da rota do numerário localizado na Suíça referente aos investigados no caso do cartel.