Consequência das perdas multibilionárias do JPMorgan

26/05/2012 03:00 Atualizado: 26/05/2012 03:00

Pessoas passam diante da sede do JPMorgan Chase & Co em Nova York em 14 de maio. (Emmanuel Dunand/AFP/Getty Images)NOVA YORK – Duas semanas após o mea-culpa de Jamie Dimon revelar os 2 bilhões de dólares, e ainda contando, em perdas do JPMorgan Chase & Co., especialistas estão divididos sobre como proceder para evitar tal catástrofe no futuro.

Neste momento, ainda não podemos quantificar com precisão o impacto, ou avaliar precisamente os efeitos, que os erros terão nos regulamentos. Mas o pressuposto candidato republicano Mitt Romney, que não é a favor da recém-promulgada Lei Dodd-Frank, argumenta que essas perdas são parte do capitalismo e da concorrência.

“Esta foi uma perda para os acionistas e proprietários do JPMorgan e essa a forma como a América funciona. Algumas pessoas tiveram uma perda neste caso por causa de uma má decisão. A propósito, houve quem ganhasse”, disse Romney numa entrevista com o blogueiro conservador Ed Morrissey na semana passada. Romney continua a argumentar que, apesar da perda ser grande, é o curso normal dos negócios e não prejudicaria o banco.

Enquanto a perda parece não incapacitar o JPMorgan, o público em geral não sabe que outros campos minados se escondem por trás dos balanços das instituições financeiras. Isto é apenas a ponta do iceberg, ou um acontecimento isolado e raro?

Apesar dos argumentos de Romney, pode-se apostar que vozes em favor de mais regulamentações cresceram mais altas. “Uma instituição como o JPMorgan, um banco grande demais para falhar, para não mencionar um banco cujos depósitos já estão garantidos por contribuintes norte-americanos, não deveria envolver-se nesse tipo de investimento especulativo de forma alguma”, argumentou o economista ganhador do Prêmio Nobel, Paul Krugman, num artigo de opinião desta semana. A maioria dos argumentos foi para regular mais de perto os bancos grandes demais para falir que devem ser socorridos pelos contribuintes em caso de insolvência.

O blogueiro das finanças Yves Smith argumenta em favor de trazer de volta a Lei Glass-Steagall, que, como parte da Lei Bancária de 1933, separa claramente os negócios de um banco comercial e os de um banco de investimento. Isso poderia ser um começo, embora provavelmente precise de uma terceira distinção, que seria uma organização funcionando como um fundo de cobertura.