ESTOCOLMO – Autoridades de imigração suecas estão sendo pressionadas para olharem mais de perto o caso recente de dois uigures candidatos a asilo que se apresenta diante deles. Os dois foram notificados que podem ser deportados e há preocupações depois que dois outros uigures deportados em janeiro desapareceram logo depois de retornarem à China.
Grupos de direitos humanos criticaram as autoridades suecas pelo que chamaram de ignorância sobre as políticas do regime chinês contra a minoria muçulmana. Eles pedem às autoridades que pensem cuidadosamente sobre casos futuros que envolvam uigures. “A Suécia tem sido conhecida por seu tratamento justo em casos de refugiados, mas a tendência recente de deportar refugiados uigures que enfrentarão perseguição política severa após a deportação para a China é preocupante”, escreveu o Congresso Mundial Uigur num comunicado de imprensa em 20 de junho.
Uigures são um povo de língua turca que vive principalmente na província de Xinjiang na China ocidental. Em risco, principalmente, estão aqueles que se envolveram em protestos pró-democracia, contra o regime chinês ou na advocacia. O Partido Comunista Chinês (PCC) tem restritas políticas culturais em Xinjiang, que os uigures frequentemente se opõem.
A Anistia Internacional também criticou o Conselho de Imigração Sueco e dois tribunais suecos que coordenaram o processo de apelação. “A avaliação do conselho de imigração reflete uma falta de visão sobre a situação em Xinjiang”, disse Madelaine Seidlitz do escritório de Estocolmo da Anistia Internacional ao Epoch Times. “A Anistia escreveu uma declaração sobre estes refugiados e entregou-a aos conselhos de migração e aos tribunais competentes. A falta de conhecimento leva a conclusões erradas e decisões incorretas”, disse ela.
Depois de aprender sobre as objeções, o conselho de imigração reabriu os casos dos dois que já foram deportados. “Esta é uma ‘válvula de segurança’ no sistema”, disse Mikael Ribbenvik, diretor de Assuntos Jurídicos do Conselho Nacional de Imigração sueco, ao Epoch Times. “Quando há novas circunstâncias, podemos fazer uma segunda investigação, mesmo após o apelo final.” Ribbenvik disse que sabe que a situação em Xinjiang é “extremamente séria”.
Os dois uigures perante o Conselho agora, Merhaba Dilmurat, uma jovem de 23 anos, e Tughluq Hemit, ambos participaram em atividades políticas antes e depois de deixarem a China e tememos que sejam alvos das forças de segurança do Partido Comunista por causa disso. “Eu participei em manifestações, eu participei de uma série de atividades”, disse Hemit numa entrevista à Rádio Free Asia em junho. “Agora, o departamento de imigração sueco quer me mandar de volta para lá porque acha que não haverá nenhum problema.” “Agora, estamos em grande perigo”, disse ele.