Ambientalistas pedem o fim definitivo da exploração de petróleo no Ártico
WASHINGTON – A empresa ConocoPhillips, uma gigante de petróleo e gás, tornou-se a segunda grande companhia de petróleo a suspender suas operações de perfuração na costa ártica do Alasca, fortalecendo o apelo de ambientalistas pelo fim definitivo das perfurações no Ártico.
“A perfuração no Ártico nos impulsionará em direção a uma mudança climática catastrófica, então, precisamos acabar com isso agora”, disse Phil Radford, diretor-executivo do Greenpeace EUA, num comunicado.
O Greenpeace está organizando adeptos de todo o mundo para realizar eventos em 20 de abril, utilizando pessoas para formar mensagens como ‘Eu amo o Ártico’, e pediu ao secretário de Estado norte-americano John Kerry para transmitir suas preocupações aos membros do Conselho do Ártico numa reunião na Suécia em maio.
A ConocoPhillips, a maior produtora de petróleo no Alasca, anunciou em 10 de abril que suspenderia seu programa de perfuração exploratória de 2014 no Mar Chukchi, vizinho à costa ártica do Alasca, citando os altos custos e um ambiente regulatório incerto.
“Acreditamos que é necessário mais tempo para garantir que todas as partes reguladoras interessadas estejam alinhadas”, disse Trond-Erik Johansen, chefe da ConocoPhillips Alaska num comunicado de imprensa.
O anúncio seguiu uma decisão semelhante da Royal Dutch Shell, que declarou em fevereiro que não prosseguiria com seu programa de perfuração de 2013 no Ártico após uma temporada de percalços e acidentes de perfuração.
A associação ‘Alaska Wilderness League’ diz que os riscos associados à exploração ártica são grandes demais para serem tratados levemente.
“O anúncio de hoje da ConocoPhillips é mais uma prova de que nenhuma empresa de petróleo está pronta para perfurar no ambiente hostil e imprevisível do Oceano Ártico”, disse a diretora-executiva Cindy Shogan.
Tropeços da Shell
Shogan apontou a Shell Oil como um exemplo.
“Sem infraestrutura ou capacidade para limpar um derramamento de petróleo no gelo e com uma longa lista de contratempos e falhas, a Shell obviamente suspendeu sua perfuração”, disse ela num comunicado.
A Shell Oil, que gastou cerca de US$ 5 bilhões em sua campanha ártica, foi duramente criticada pela administração Obama após uma série de acidentes no ano passado, incluindo o quase colapso e submersão de uma plataforma, um incêndio numa plataforma, vazamentos e o derramamento de petróleo de seu domo de contenção.
A gota d’água foi quando a plataforma Kulluk da empresa se soltou de um reboque e encalhou nos mares agitados perto de Kodiak, ao sul de Anchorage, na véspera do Ano Novo.
“A Shell estragou tudo em 2012 e não deixaremos que façam isso novamente após sua interrupção ser removida”, disse Ken Salazar, secretário do interior que está de saída do cargo, segundo o Guardian.
Numa revisão de 60 páginas, o Departamento do Interior descobriu que a Shell não tinha planos de curto prazo para perfurar no clima ártico e sob condições climáticas extremas, notando em particular o equipamento inadequado.
“A Shell não será capaz de avançar para o Ártico para fazer qualquer exploração a menos que tenha um plano de gestão integrado e pronto”, disse Salazar. Ele quase proibiu a perfuração completamente.
A exploração no Ártico é considerada um componente-chave do planejamento energético da administração Obama. Uma nova atividade exploratória na região ártica do Alasca foi incluída no pedido de orçamento do Departamento do Interior para 2014.
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