Começava uma caçada na Grã-Bretanha por um ovo de 20 milhões de libras (ou 68 milhões de reais), e o feliz proprietário não tinha ideia de seu valor. Especialistas disseram que o ovo Fabergé, perdido por 90 anos e depois vendido num leilão em 1964, não foi identificado como feito pelo famoso joalheiro russo Peter Carl Fabergé.
O jornal britânico The Telegraph anunciou que o ovo, a princípio, era um presente do Czar Alexandre III para sua esposa Czarina Maria Feodorovna em 1887 e é “decorado com fitas de diamante em forma de folhas e rosas incrustadas, e três safiras de grande porte”. Também é de ouro e cravejado de joias, e contém um relógio de ouro pelo relojoeiro suíço Vacheron & Constantin.
Conhecido como um símbolo de opulência e luxo, o último ovo Fabergé não registrado vendido por 18,5 milhões de dólares (ou 37,5 milhões de reais) em 2007, estabelecendo um recorde de leilão, de acordo com um artigo da Reuters. Esse ovo era rosa translúcido com um relógio de cuco. Ele tinha um galo de diamante que aparecia, batia as asas, acenava com a cabeça, abria e fechava o bico e cantava a cada hora.
O ovo, segundo especialistas em arte, foi perdido ou destruído, até que no início de agosto de 2011, quando um admirador de Fabergé na América descobriu uma imagem idêntica do ovo num catálogo do leilão de 1960, reportou The Telegraph.
Kieran McCarthy, especialista em Fabergé de Wartski – a empresa de joias Mayfair – disse ao Telegraph: “Esta é uma descoberta extraordinária. Identificar um dos ovos imperiais perdidos é incrivelmente emocionante, e ainda mais emocionante é que quem tem esta peça, não tem ideia de sua proveniência e significado – também não sabem que estão sentados sobre uma relíquia real que pode valer 20 milhões de libras”.
O Czar Alexandre pediu a Fabergé para fazer um ovo por ano, até que seu filho, o próximo czar Nicolau II, ordenou que Fabergé fizesse dois por ano – um para sua esposa e outra para sua mãe, na Páscoa.
A tradição terminou em 1917, quando Nicolau foi forçado a abdicar, e os bolcheviques executaram ele e toda sua família.
Até então, 50 desses ovos imperiais de Páscoa haviam sido feitos, embora nem todos tenham sobrevivido. Sabe-se que havia, ao total, 12 ovos no padrão imperial que foram feitos para clientes privados.
“Não há qualquer chance do ovo estar em algum lugar neste país, porque mesmo que ele não tenha sido vendido como um Fabergé no leilão de 1964, uma série de coletores de Fabergé e compradores de obras de arte do ‘estilo Fabergé’ eram coletores ingleses naquele tempo”, disse McCarthy ao The Telegraph.