Conheça mais sobre as propriedades medicinais do gengibre

20/12/2013 08:41 Atualizado: 20/12/2013 11:34

O gengibre é uma erva asiática, que é particularmente bem conhecida por nós ocidentais. Com o tempo, e com tentativas e erros, suas propriedades estimulantes fez com que o gengibre entrasse para o nosso grupo de ervas medicinais, e seu sabor picante foi integrado à nossa culinária.

Preparada como chá, a raiz de gengibre ajuda principalmente aquelas pessoas que têm estômagos hipoativas e dificuldade de produzir quantidade adequada de ácido clorídrico necessária para digerir os alimentos.

Muitas vezes, isso pode ser o caso de pessoas que não sentam e relaxam o suficiente para digerir sua refeição. O resultado de uma refeição feita dessa forma, especialmente se ela contém alto teor de carboidratos, pode ser indigestão e gases.

Se você sempre come correndo, ou se tem uma criança que engole o alimento sem mastigar corretamente, então o gengibre pode ser bastante útil, ajudando na digestão e dissipando o gás acumulado.

Para preparar uma xícara de chá de gengibre, use apenas meia colher de chá de raiz de gengibre em pó, ou duas colheres de chá da raiz fresca para uma xícara de água fervente. Este chá pode ser tomado até quatro vezes ao dia.

O gengibre é originário das regiões tropicais da Ásia oriental. Suas propriedades, naturalmente, são bem conhecidas nas culturas asiáticas, e seus recursos são altamente aproveitados em ambas as tradições culinárias e médicas do Oriente. No sistema médico chinês, o gengibre é classificado como uma erva “quente”. Este é um termo que também está presente em ambos sistemas médicos Ocidental clássico e Ayurvédico, e geralmente significa que esta erva é utilizada para tratar os tipos de doenças que carregam sintomas de “frieza”, inclusive mãos e/ou pés frios e sem cor, aversão ao frio ambiental, a bebidas frias, e necessidade de cobertores extras para suas camas.

Vale a pena notar que as doses necessárias para o tratamento eficaz com esta erva para pessoas ocidentais são muito menores que os indicados na medicina tradicional chinesa.

O gengibre também vem sendo usado desde a antiguidade como um tratamento seguro e eficaz para as doença matinais. Uma xícara de chá feita a partir da raiz fresca pode ser degustada como eficaz para dissipar, com segurança, a náusea. Na tradicional medicina chinesa, encontra-se fontes de referência alertando contra altas doses (3-9 gramas diárias) da raiz seca dessa erva para este fim. Então, a raiz fresca é melhor e é considerada como sendo menos “quente” do que a seca .

Desde os tempos bíblicos, o gengibre tem ajudado a impulsionar o comércio de especiarias. Os antigos romanos utilizaram-no para fazer vinhos temperados para tratar doenças do estômago. Eles importaram grandes quantidades da terra de suas origens, nas Índias Orientais. Eles elevaram muito seus impostos por causa da alta demanda, e o comercializaram por todo o sudeste da Europa.

Quando o Império Romano caiu, o gengibre quase desapareceu da Europa. O gengibre apenas ganhou uma renovada popularidade na Europa, principalmente entre a classe rica, quando Marco Polo descobriu uma fonte barata na China.

Os europeus medievais também prepararam vinhos e sidras temperados com gengibre, e  várias pimentas para aliviarem situações provenientes de ambientes “frios”. A erva permaneceu popular em muitos países europeus, incluindo a Inglaterra, que encontrou fornecimento imediato da Índia. Colonos ingleses, mais tarde, trouxeram o gengibre com eles para as Américas, onde ele permanece como um dos favoritos para aromatizar uma variedade de alimentos e bebidas.

Luke Hughes é fitoterapeuta ocidental clássico e horticultor, com sede em Sydney, na Austrália