A Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, expôs operações que fazem o Mensalão parecer roubo de pote de manteiga na venda da esquina.
Além das relações suspeitas entre o Deputado Federal Andre Vargas (PT/PR), o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em um esquema de compra de funcionários públicos, fraude, lesão ao Ministério da Saúde (MS) e corrupção ativa, que teria facilitado a obtenção de contratos fraudulentos com o MS e a Petrobras, outras relações começam a surgir.
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A revista Veja descobriu que 121 parlamentares receberam R$29,7 milhões de 18 grupos ligados ao escândalo da MO Consultoria, empresa de fachada de Youssef, utilizada para repassar propinas de empresas fornecedoras da Petrobras à políticos e funcionários que facilitariam a obtenção de contratos com a estatal. Os 121 parlamentares estariam entre os beneficiários de tal esquema. Ao todo são 96 deputados e 25 senadores.
Engraçado como o nome de André Vargas não aparece na lista da Veja como um dos recebedores dos recursos de tais empresas, contudo, aparece nas investigações como recebedor de recursos do próprio Youssef. Agora, adivinhem quais são os principais recebedores desses recursos, entre os 121 parlamentares? Difícil? Então aqui vai:
1ª – Senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) com R$2.420 milhões.
2º – Senador Lindbergh Farias (PT/RJ) com R$2.300 milhões.
3º – Senador Humberto Costa (PT/PE) com R$1.530 milhões.
Só esses três receberam para suas campanhas em 2010 aproximadamente R$6.25 milhões de empresas envolvidas no esquema de Youssef.
As duas principais “financiadoras” de tais parlamentares, que repassaram mais recursos à MO Consultoria, de Youssef e Paulo Roberto Costa, são as empreiteiras Camargo e Corrêa e OAS, com respectivamente R$12.145 milhões e R$5.243 milhões cada. No caso da Camargo e Corrêa as suspeitas são de que R$7.9 milhões foram repassados através do esquema de Youssef e Costa.
Gleisi Hoffmann (também pré-candidata ao Governo do Paraná) é a “Rainha das Empreiteiras”, tendo recebido R$1 milhão da Camargo e Corrêa e R$780 mil da OAS para sua campanha de 2010. Também é a que tem envolvimento com maior número de empresas investigadas pela Operação Lava-Jato, ao lado de Lindbergh Farias. O Ministro da Comunicações, Paulo Bernardo, marido de Gleisi, também é suspeito de possuir relações escusas com as empreiteiras.
Não custa também lembrar que André Vargas foi o coordenador de campanha de Paulo Bernardo à Câmara em 1998 e era o atual coordenador da campanha de Gleisi ao Palácio Iguaçu, antes de iniciarem investigações e ser afastado pela senadora.
No total, entre 2006 e 2012 foram repassados R$856 milhões para partidos e candidatos pelas empresas sob investigação e que participaram do esquema da MO Consultoria. Perto disso, o Mensalão não passa de furto de galinha.
Roberto Lacerda Barricelli é jornalista, poeta, escritor e assessor de imprensa do Instituto Liberal.
Essa matéria foi originalmente publicada pelo Instituto Liberal