Num momento crítico para o regime chinês, manifestantes pedem o fim da perseguição ao Falun Gong
WASHINGTON – O clima era melancólico, mas otimista, no gramado oeste do Capitólio dos EUA na quinta-feira quando mais de 1.000 praticantes do Falun Gong de todo o país e do mundo se reuniram para marcar o 13º aniversário da perseguição do Partido Comunista Chinês (PCC) ao Falun Gong.
Sob o céu ensolarado, membros do Congresso se juntaram aos representantes de notáveis organizações de direitos humanos e de liberdade religiosa para felicitar os praticantes por sua corajosa luta pela liberdade espiritual. Vários oradores sentiam que uma mudança estava no ar.
“Na manifestação deste ano, estamos num momento histórico, quando o povo chinês como um todo e alguns líderes chineses parecem estar tentando acabar com a perseguição ao Falun Gong”, disse Alan Adler, diretor-executivo dos Amigos do Falun Gong baseado nos EUA, durante a apresentação. “A voz forte de hoje para acabar com a perseguição ao Falun Gong, neste momento crítico de transição da liderança na China, pode ter um impacto enorme na China e para todo seu povo.”
A sensação entre os oradores e a multidão de que a perseguição está chegando ao fim era palpável, uma fonte desse otimismo é o número crescente de chineses renunciando ao Partido Comunista e a suas organizações filiadas, um movimento chamado Tuidang. Nos últimos dias, o número dos que renunciaram suas filiações ultrapassou 120 milhões.
Animada com a notícia, Rong Yi, presidente do ‘Centro Global de Assistência para Renunciar ao Partido Comunista Chinês’, disse, “[O povo chinês] está fazendo a escolha certa para si e para a China. Graças a este despertar espiritual, mudanças fundamentais estão acontecendo todos os dias na China de hoje.”
“As pessoas percebem que numa China sem o Partido Comunista Chinês, a perseguição aos praticantes do Falun Gong e de todo o povo chinês acabará. Os chineses estão saindo para lutar por sua liberdade e direitos humanos”, acrescentou Yi.
Ela disse que o movimento Tuidang está trazendo liberdade para o povo chinês, como ocorreu nos países do Leste Europeu na União Soviética duas décadas atrás.
Faith McDonnell, do Instituto de Religião e Democracia, disse que o “fantástico” livro “Nove Comentários sobre o Partido Comunista” mostrou a verdade ao povo chinês reprimido pelo comunismo. Falando diretamente aos praticantes reunidos, ela disse, “Vocês que sabem a verdade sobre as mentiras, a tirania e o terror do comunismo são uma luz brilhante.”
“Estamos com vocês”
Alguns oradores deixaram claro o que o futuro reserva pelo esforço de derrotar o PCC.
O congressista Dana Rohrabacher (R-Calif.) tinha apenas dois minutos para fazer seu discurso devido a um voto pendente no Congresso. Mas nesse tempo, ele eloquentemente expressou a natureza perversa do PCC e a solidariedade e gratidão do povo norte-americano:
“Em nossa alma e coração, percebemos que na verdade, compaixão e tolerância, vocês estão se posicionando pelo bem do universo. Mas vocês estão sendo confrontados com um dos piores males que esta humanidade jamais conheceu”, disse Rohrabacher. “Aqueles de nós com liberdade são gratos a vocês por sua coragem e nos solidarizamos com vocês.”
“Posso lhes assegurar que nos corações do povo norte-americano, estamos com vocês, nos levantamos com vocês e somos gratos a vocês pelo que estão fazendo”, disse ele.
A maldade do PCC e seus mecanismos de perseguição foram abordados pela congressista Ileana Ros-Lehtinen da Flórida. “A Agência 610, criada em 1999 para realizar a repressão ao Falun Gong, é estranhamente similar à Gestapo e à KGB em sua propaganda e medidas impiedosas.”
Ros-Lehtinen observou que a “política abominável” da China resultou em centenas de milhares de praticantes do Falun Gong detidos em campos de reeducação pelo trabalho e forçados a fazer trabalho escravo. Mais de 3.500 mortes de praticantes já foram confirmadas.
O congressista Chris Smith (R-N.J.) falou da tortura terrível que o Falun Gong enfrenta sob o regime comunista e ecoou o apoio dos norte-americanos. “O governo e o Congresso dos EUA e todos os aspectos da nossa sociedade se levantam solidariamente com as vítimas e com os que procuram libertar os praticantes do Falun Gong na China”, disse ele.
Citando o mais recente Relatório de Direitos Humanos do Departamento de Estado, o congressista Sam Farr (D-Calif.) disse, “A mídia estrangeira e doméstica e grupos de defesa continuam a denunciar casos de colheita de órgãos, principalmente de praticantes do Falun Gong e uigures.”
“Respeito muito a coragem dos que protestam pacificamente contra a violência […] A paz e a justiça não são apenas valores, eles são as chamadas para a ação que devemos viver cada dia”, disse Farr.
Pacíficos praticantes do Falun Gong
Vários oradores contrastaram as ações pacíficas não-violentas dos praticantes do Falun Gong com os abusos sangrentos do PCC.
O congressista Ted Poe (R-Texas) observou que, “Os praticantes do Falun Gong são pacíficos e sem ambições políticas.”
O Dr. T. Kumar, diretor de defesa internacional para a Anistia Internacional dos EUA, disse: “Praticantes do Falun Gong nunca fazem mal a ninguém, eles só realizam sua meditação por si mesmos. Esse é o ponto que devemos perguntar ao [regime] chinês: Por que vocês querem ferir e prejudicar pessoas que não fazem mal a vocês ou a qualquer outra pessoa?”
Esta questão confunde Alice Chung, filha de Chung Ting-pang. Seu pai, um cidadão de Taiwan e praticante do Falun Gong, foi preso na China quando visitava familiares no continente em 18 de junho e foi acusado de “prejudicar a segurança do Estado”.
A jovem estava visivelmente chateada e nervosa. “Venho pedir ajuda para salvar meu pai, ele está detido agora na China por cerca de três semanas e ainda não conseguimos contato com ele”, disse ela. “E embora eu mesma não seja uma praticante do Falun Gong, ainda assim, eu sei que é uma boa crença que trouxe paz e felicidade para minha família.”
Rohrabacher escreveu uma carta em 10 de julho ao governo de Taiwan, que lamentou o silêncio manifestado contra a prisão de Chung e o fracasso de Taiwan em exigir a libertação em segurança de um cidadão taiwanês.
Annette Lantos, presidente da Fundação Lantos de Direitos Humanos e Justiça, leu no comício uma carta do Dr. Katrina Lantos Swett, filha do falecido congressista Tom Lantos. “Com seus suaves exercícios de meditação e uma filosofia moral que enfatiza a compaixão, a verdade e a tolerância, os adeptos do Falun Gong são verdadeiramente cidadãos modelo em cada comunidade que vivem”, escreveu a Dra. Swett.
Vários oradores estavam impacientes com a administração Obama por não se manifestar mais fortemente pelos direitos humanos na China. Kumar, da Anistia Internacional, disse, “A coisa que quero pedir ao governo dos EUA e ao presidente Obama: Por que você está em silêncio na defesa pela libertação de dezenas de milhares de praticantes do Falun Gong aqui?”
“O presidente Obama deve fazer o que é certo e não ser tímido em face do assédio moral e ameaças dos chineses”, disse Ros-Lehtinen.
O congressista Farr prometeu que falaria com o presidente e pediria que apoiasse a liberdade do Falun Gong na China.
Perto do final da manifestação, o congressista Smith anunciou que realizará uma audiência no Congresso focada exclusivamente no Falun Gong e no tratamento que os praticantes enfrentam na China.
Além dos oradores, 5 senadores e 16 deputados enviaram cartas de apoio ao evento.
Os 5 senadores e 16 representantes que enviaram cartas incluem:
Sens. Herb Kohl (D-Wis.), Ron Johnson (R-Wis.), Robert Menendez (D-N.J.), Pat Toomey (R-Pa.) e Mark Udall (D-Colo.).
Deps. Todd Akin (R-Mo.), Robert Andrews (D-N.J.), Tammy Baldwin (D-Wis.), Russ Carnahan (D-Mo.), Gerry Connolly (D-Va.), Reid Ribble (D-Wis.), Michael Grimm (R-N.Y.), Andy Harris (R-Md.), Wally Herger (R-Calif.), Maurice Hinchey (D-N.Y.), Henry “Hank” Johnson (D-Ga.), Doug Lamborn (R-Colo.), John Lewis (D-Ga.), Zoe Lofgren (D-Calif.), Paul Tonko (D-N.Y.) e Frank Wolf (R-Va.).