WASHINGTON – Depois de 13 anos, 3.574 pessoas foram confirmadas mortas. Os adeptos de uma prática que atualmente enfrenta a maior perseguição religiosa no mundo se reuniram no gramado oeste do Capitólio norte-americano em 12 de julho, com mais de mil presentes. Dezenas de líderes políticos e de direitos humanos que não puderam comparecer enviaram seus pensamentos em missivas que encheram as caixas de e-mail do Falun Gong ao longo dos últimos dias.
“Eu profundamente desejaria poder acompanhar esta importante manifestação e, como todos vocês reunidos hoje, é minha esperança e oração que esta seja a última vez que tenhamos de fazer isso, em nome dos milhões de praticantes pacíficos do Falun Gong na China”, escreveu a Dra. Katrina Lantos Swett, presidente da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional, uma comissão norte-americana do governo federal.
“Essas pessoas corajosas e decentes têm enfrentado perseguição, sequestro, tortura e até mesmo a morte pela simples razão de que escolheram exercer seu direito universal e inalienável à liberdade de religião e crença”, continuou a carta. Swett é também presidente da Fundação Lantos de Direitos Humanos e Justiça, uma ONG com sede em Washington.
Havia muitas outras cartas de apoio: pessoas que, tendo tomado conhecimento da profundidade da perseguição e da natureza do Falun Gong, declararam que eram solidárias com um grupo que era vítima de uma supressão nacional dirigida pelo Partido Comunista Chinês (CCP) em sua terra natal.
“Num dado momento, esta comunidade de fé foi realmente recebida por autoridades chinesas por sua moralidade e ética admirável. Mas, como o Falun Gong cresceu em popularidade até 70 milhões de praticantes, as autoridades chinesas ficaram com medo que esse movimento espiritual representasse uma ameaça ao monopólio do Partido Comunista sobre os corações e mentes do povo chinês”, escreveu Swett.
Um número de membros do Congresso citou o relatório de Direitos Humanos de 2011 do Departamento de Estado dos EUA, que se refere a relatos de colheita de órgãos de praticantes do Falun Gong.
“Os países livres do mundo devem se unir e se opor a esta perseguição e às táticas opressivas do governo chinês”, escreveu o congressista W. Todd Akin (R-MO), presidente da ‘Subcomissão de Serviços Armados sobre Poder Naval e Forças de Projeção’.
O congressista Wally Herger (R-CA), presidente da ‘Subcomissão de Meios e Recursos de Saúde’, escreveu que as violações dos direitos humanos contra o Falun Gong são “repugnantes” e continuou dizendo que, “Creio que os Estados Unidos e outros países amantes da liberdade deveriam corajosamente expor e condenar isso.”
O congressista John Lewis (D-GA), presidente da Subcomissão de Supervisão, chamou de “indignação moral que deve ser condenada em todo o mundo… Eu firmemente apoio e defendo os direitos humanos dos praticantes do Falun Gong.”
Da mesma forma, o senador Robert Menendez (D, NJ), presidente da ‘Subcomissão de Bancos de Desenvolvimento sobre Transportes, Habitação e Comunidade’, escreve que, “Falar contra violações dos direitos humanos e focar a atenção do mundo sobre questões críticas de direitos humanos é a única maneira de trazer um fim a estes comportamentos abusivos.” Menendez fez sua parte através da introdução da Resolução 232 do Senado, que discute a perseguição e o movimento Tuidang.
Outros deram apoio total ao Falun Gong em face da campanha de terror conduzida pelo Estado chinês. “O Falun Dafa oferece importantes ensinamentos para a vida diária, incluindo o uso da meditação e exercício. Este ensinamento serve para nos lembrar dos princípios da verdade, compaixão e tolerância”, escreveu o congressista Maurice D. Hinchey (D-NY).
O congressista Michael G. Grimm (R-NY) escreveu que, “O Falun Gong promove pureza interior e realização espiritual. Os praticantes são unidos pela verdade, compaixão e tolerância, que são valores sustentados por todos… Os métodos pacíficos dos praticantes do Falun Gong, num esforço para ampliar a consciência das pessoas e livrá-las do ódio, são um paradigma da abnegação sustentada pelo sistema budista.”
Enquanto os Estados Unidos foram fundados sobre a consagração dos direitos universais, “a perseguição enfrentada pelos praticantes do Falun Gong simplesmente por suas crenças é uma forte lembrança para todos nós de que a luta pelos direitos universais está longe de terminar”, escreveu o deputado Russ Carnahan (D-MO).
“Recentemente, vítimas da perseguição vieram a meu escritório para dar suas narrativas da vida real de tortura, sofrimento e danos trazidos para suas famílias e empresas”, escreveu Gerald E. Connolly (D-VA). “Eu entendo que os praticantes do Falun Gong tenham respondido a violência sancionada pelo Estado através de meios totalmente pacíficos. Eles têm persistentemente educado os cidadãos chineses sobre a natureza de sua prática, a perseguição contra eles e a história real do Partido Comunista Chinês. Como resultado, mais e mais chineses estão se levantando contra a perseguição.”
Muitos dos membros do Congresso estavam esperançosos. Frank R. Wolf (R-VA), presidente da ‘Subcomissão de Apropriações da Câmara sobre Comércio-Justiça-Ciência’, um apoiador de longa data dos direitos humanos na China e proeminente crítico do PCC, escreveu, “Eu rezo pelo dia, e ele virá, quando a verdadeira liberdade, democracia e o respeito pelos direitos humanos básicos e pela liberdade religiosa varreram a China.”
No final, sob sua assinatura, Worf escreveu no que parecia ser um grosso e preto carimbo permanente, “A LIBERDADE ESTÁ VINDO PARA A CHINA”.
A lista das pessoas que enviaram cartas:
Além dos oradores, 5 senadores e 16 deputados enviaram cartas de apoio a manifestação: Os senadores são: Herb Kohl (D-Wis.), Ron Johnson (R-Wis.), Robert Menendez (DN.J.), Pat Toomey (R-Pa.) e Mark Udall (D-Colo.). E os deputados são: Todd Akin (R-Mo.), Robert Andrews (DN.J.), Tammy Baldwin (D-Wis.), Russ Carnahan (D-Mo.), Gerry Connolly (D-Va.), Reid Ribble (D-Wis.), Michael Grimm (RN.Y.), Andy Harris (R-Md.), Wally Herger (R-Calif.), Maurice Hinchey (democrata de Nova York), Henry “Hank” Johnson (D -Ga.), Doug Lamborn (R-Colo.), John Lewis (D-Ga.), Zoe Lofgren (D-Calif.), Paul Tonko (democrata de Nova York) e Frank Wolf (R-Va.). Além disso, a Dra. Katrina Lantos Swett, presidente da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional enviou uma carta que foi lida no comício.