O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou no domingo que a Síria está oficialmente em estado de guerra civil.
Os envolvidos nos combates, num conflito que agora já dura 16 meses, serão submetidos às Convenções de Genebra. De acordo com as convenções, todas as partes envolvidas no conflito estão sujeitas às regras do direito internacional e, se violado, podem ser julgados por crimes de guerra.
“Estamos falando de um conflito armado não-internacional no país”, disse Hicham Hassan, o porta-voz do CICV, à Associated Press.
Anteriormente, a Cruz Vermelha já havia designado partes do país envolvidas em conflito armado, tal como a cidade de Homs e a de Hama, que estariam num estado de guerra civil.
O anúncio surge um dia depois que os observadores das Nações Unidas (ONU) na Síria visitaram a aldeia de Treimsa (ou Tremseh), que viu um assassinato em massa na quinta-feira.
Segundo a ONU, armas pesadas foram usadas no assassinato de um número desconhecido de combatentes rebeldes e civis. O uso de armas pesadas pelas autoridades sírias viola um plano de paz apoiado pela ONU. Autoridades sírias negaram o uso de armas pesadas e a televisão estatal relatou que as tropas entraram na cidade depois que os moradores pediram ajuda após serem atacados por terroristas.
O número de mortos não está claro. Alguns ativistas colocaram o número em cerca de 200 pessoas e alegaram que este foi o pior massacre desde que os protestos eclodiram no país em março de 2011.
Num comunicado no sábado, a Missão de Supervisão da ONU na Síria disse que a violência não era indiscriminada.
“O ataque a Tremseh parecia dirigido a grupos e casas específicos, principalmente de desertores do Exército e ativistas”, disse o comunicado.
Segundo o comunicado, havia cartuchos de munição e poças de sangue em salas de várias casas.
“A equipe da ONU também observou uma escola queimada e casas danificadas, com sinais de incêndio interno em cinco delas”, segundo o comunicado.
O incidente na quinta-feira causou a condenação generalizada dos líderes mundiais. A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton disse que havia “provas irrefutáveis” de que a Síria estava “deliberadamente assassinando civis”.