Confidente do ex-chefe da segurança chinesa sob investigação

27/01/2013 19:36 Atualizado: 27/01/2013 19:36
Prisão sugere nova tendência de desmantelar facção linha-dura
Wu Yongwen entrega um relatório de trabalho. Ele foi detido e interrogado recentemente, segundo a mídia estatal (Foto do arquivo)

Um associado do ex-chefe do aparato de segurança pública do regime comunista chinês foi levado sob custódia para interrogatório recentemente, segundo relatos da mídia chinesa.

Wu Yongwen, um ex-secretário do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) na província de Hubei, foi submetido ao processo de interrogatório da era soviética chamado ‘shuanggui’, segundo a imprensa chinesa. O shuanggui é aplicado a oficiais do Partido Comunista que são suspeitos de “violar a disciplina”, que engloba uma série de infrações, incluindo insubordinação e corrupção.

Embora tenha havido recentemente uma onda de prisões de oficiais corruptos do Partido Comunista Chinês (PCC), a queda de Wu Yongwen é notável devido a seus laços com Zhou Yongkang, o ex-chefe do CAPL que até pouco tempo era um dos oficiais mais poderosos da China.

Desde 2007, Zhou Yongkang foi membro do Politburo e chefe do CAPL, um comitê que supervisiona todo o sistema legal, incluindo a procuradoria, os tribunais, a rede prisional, os numerosos campos de trabalho forçado, bem como as forças da polícia regular, secreta e militar e uma extensa rede de espiões. O CAPL administra um orçamento de mais de 100 bilhões de dólares, maior do que o orçamento militar. Zhou Yongkang é um aliado do ex-líder chinês Jiang Zemin e sua posição como chefe do CAPL assegurou a autoridade contínua de Jiang Zemin no PCC.

Wu Yongwen acompanhou Zhou Yongkang durante a última turnê de inspeção em Hubei em abril do ano passado e deu palestras sobre seguir vigorosamente o espírito das políticas de segurança de Zhou Yongkang e era visto como um confidente de Zhou Yongkang.

No momento de sua prisão, Wu Yongwen detinha uma série de altas posições oficiais na estrutura de poder do Estado e do PCC em Hubei.

Embora a notícia da detenção de Wu Yongwen tenha sido relatada em algumas mídias chinesas, não pareceu haver um anúncio oficial a respeito por parte dos órgãos de propaganda do PCC. Uma menção apareceu no Diário da China, mas foi eliminada posteriormente.

A emissora Phoenix de Hong Kong fez o anuncio dizendo, “Na lista do 12º Congresso Popular da província de Hubei … o nome de Wu Yongwen não estava entre eles.”

Wu Yongwen foi vice-diretor do comitê permanente do Congresso Popular de Hubei. De acordo com a Phoenix, um vice-ministro neste comitê, que efetivamente representa o Congresso, disse que não ter recebido qualquer comunicação oficial sobre a detenção de Wu Yongwen, mas acrescentou que Wu Yongwen não apareceu para trabalhar na segunda-feira passada.

A notícia de que Wu Yongwen foi colocado sob shuanggui parece ter sido relatada primeiramente pelo Ta Kung Pao, um jornal de Hong Kong que também imprime na China, e que é amplamente identificado como um porta-voz do PCC em Hong Kong.

O Ta Kung Pao disse que Wu Yongwen estava sendo investigado por “negociar dinheiro por poder, manter amantes e levar um estilo de vida corrupto entre uma série de outros problemas”.

No entanto, pode haver mais na ação contra Wu Yongwen do que simples questões de corrupção. A detenção acontece num momento em que o CAPL que Wu Yongwen representa está sob o atento escrutínio público e após seu poder ser rebaixado durante a transferência da liderança chinesa em novembro passado durante o 18º Congresso Nacional. Um fórum recente sobre o estado de direito realizado pela revista Caijing em Pequim contou com juristas que criticaram abertamente o opaco e violento sistema de segurança do regime comunista.

Mais recentemente, Meng Jianzhu, um subordinado de Xi Jinping que foi feito chefe do CAPL, anunciou que o sistema de campos de concentração em toda a China, oficialmente conhecido como “reeducação pelo trabalho forçado”, seria interrompido ou reformado. Pela última década, este sistema tem sido uma ferramenta crucial para o ex-líder chinês Jiang Zemin e seu assecla Zhou Yongkang prosseguirem com a perseguição, iniciado em 1999, à prática espiritual do Falun Gong, bem como com a perseguição a outros grupos rotulados como obstáculos ao que o PCC chama de “manutenção da estabilidade”.

Sinalizar novamente o aparente declínio da influência de Jiang Zemin sobre as políticas da elite chinesa foi a razão da aparição de seu nome entre os oficiais que prestavam homenagem a um militar comunista chinês falecido recentemente. A ordem dos nomes de oficiais de alto escalão está intimamente associada com sua influência no regime. Num evento semelhante no ano passado, e como costume geral, Jiang Zemin foi o terceiro na lista. Desta vez, ele foi o último.

Com pesquisa de Yoshen Chen.

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