O Congresso de Transplante China 2014 começou na quarta-feira 29 de outubro e vai até sexta-feira 31 de outubro em Hangzhou. O Congresso seguirá adiante sem o apoio das organizações internacionais de transplante e a localização em Hangzhou é um lembrete do porquê.
Na última Conferência de Transplante China, realizada em novembro passado em Hangzhou, as autoridades chinesas, junto com funcionários de organizações internacionais como observadores, assinaram a resolução Hangzhou, que prometeu eliminar gradualmente a utilização de prisioneiros executados como fonte de órgãos para transplantes.
Esta promessa era fundamental para reformar o regime de transplante assassino e corrupto na China. Na sequência da conferência de Hangzhou, uma conferência internacional de transplante foi planejada para ser realizada na China em junho de 2014.
Sem explicação, essa conferência nunca ocorreu. O motivo da conferência não ter ocorrido não é difícil de entender.
As condições para a conferência – um sério esforço para reformar o sistema de transplante na China – foram completamente ignoradas. Em março, Huang Jiefu, o diretor do Comitê de Transplantes de Órgãos da China, o organismo oficial que seria responsável por supervisionar e implementar as políticas de transplante de órgãos, disse que a China não pararia de usar prisioneiros executados como fontes de órgãos.
Com esta reviravolta, a vontade internacional para participar de uma conferência de transplante na China desapareceu.
A conferência deste ano foi originalmente programada para ser realizada em Chongqing no final de setembro. A Sociedade Chinesa de Transplante de Órgãos emitiu uma nota dizendo que a conferência seria transferida para Hangzhou devido a uma “razão especial”. Até agora, essa razão especial não foi revelada.