Comunidade LGBT dos EUA pede mudanças na política do Facebook

22/09/2014 04:51 Atualizado: 22/09/2014 04:51

Em reunião realizada na sede do Facebook em Menlo Park, na Califórnia, cerca de doze membros da comunidade LGBT, em sua maioria “drag queens”, pediram aos representantes do Facebook que mudem sua política de identificação dos usuários de sua rede social.

“Gostaria de poder dar uma melhor notícia sobre a nossa reunião com representantes do Facebook, mas eu só posso dizer que houve um “ok”, disse Sister Roma, em uma coletiva de imprensa depois da reunião. Sister Roma é a principal representante do protesto que as drag queens dirigem ao Facebook. “No entanto, acrescentou, posso garantir a todos os usuários da rede social que usam nomes falsos que suas vozes estão, pelo menos, sendo escutadas”.

Acompanhadas pelo supervisor do condado de São Francisco, David Campos, e outros membros da comunidade LGBT, as “drag queens” realizaram uma conferência de imprensa na Câmara Municipal de São Francisco na qual disseram lamentar não ter havido avanços concretos decorrentes da reunião com Facebook, mas que tinham certeza de que a empresa está comprometida em continuar a escutar seus pedidos.

“Nós fomos à reunião com o Facebook esperançosas de que a empresa reconhecesse que essa política está errada e que se comprometesse a dar os primeiros passos para mudá-la, mas infelizmente isso não aconteceu”, disse o supervisor do Condado, David Campos, envolvido desde o início com a causa da comunidade LGBT.

A empresa Facebook, por sua vez, evitou avaliar a reunião, embora tenha reconhecido sua realização.

Na semana passada, uma série de usuários do Facebook nos Estados Unidos disseram que suas contas foram bloqueadas com a informação de que elas não seriam ativadas até que eles mudassem o pseudônimo usado pelo nome real, ou seja, o que aparece na carteira de motorista ou no cartão de crédito”.

Facebook tem intensificado nos últimos dias seu esforço para garantir que todos os usuários da rede se identifiquem por seus nomes verdadeiros, algo que a empresa sempre quis desde a sua criação para, assim, tornar sua rede social um lugar mais transparente e no qual ninguém pode se refugiar via anonimato.

No entanto, essa política do Facebook contraria frontalmente o desejo de muitos usuários de não querer fornecer informações pessoais ao Facebook bem como os interesses de membros da comunidade transexual, que comumente usam nomes que não correspondem aos nomes oficiais.

Sister Roma, a “Irmã Roma”, um membro das Irmãs da Perpétua Indulgência, assegura que muitas pessoas só a conhecem por esse nome, o qual tem sido usado de forma consistente ao longo dos últimos 27 anos e também de modo aberto e transparente desde o início dos protestos a essa política de Facebook.