O Banco Popular da China, que é o banco central do país, tem distorcido a economia chinesa por meio da enorme impressão de dinheiro, propiciando uma crise econômica, advertem os economistas.
Especialistas dizem que a expansão da oferta de moeda coloca em risco o investimento saudável e é a raiz do problema da inflação do país e da disparada dos preços dos imóveis.
O colunista Yu Fenghui disse certa vez que, se a velocidade da expansão total da oferta de moeda fosse sincronizada com as mudanças na economia real – mantendo a proporção da oferta total de dinheiro em relação ao PIB em cerca de 1,5 –, então, um abastecimento total de dinheiro equivalente a US$ 12 trilhões teria bastado na China. No entanto, a oferta de dinheiro agora está muito além deste valor. A maior vítima da excessiva impressão de dinheiro é o consumidor doméstico, diz Yu Fenghui.
Até o final de 2012, a medida M2 sobre a oferta de dinheiro foi de US$ 15,7 trilhões na China, a mais alta do mundo, seguida pelos Estados Unidos, com um suprimento M2 de US$ 10,4 trilhões. O dinheiro M2 inclui dinheiro em espécie, contas correntes e depósitos em poupança.
O aumento da oferta de M2 da China tem alarmado muitos economistas. Em 11 de abril, o Banco Popular da China anunciou que, no final de março, ele havia atingido 103,6 trilhões de yuanes (US$ 16,7 trilhões); 15,7% superior ao mesmo período do ano passado. O M2 da China em 2000 era de aproximadamente US$ 2,1 trilhões e aumentou para US$ 2,6 trilhões no início de 2002. Atualmente, a oferta superou US$ 16,7 trilhões, o que é seis vezes o valor de 10 anos atrás.
Wu Fan, comentarista independente sobre assuntos chineses contemporâneos, acredita que este aumento é devido a decisões tomadas para sustentar o regime do Partido Comunista Chinês (PCC), além de estar relacionado ao atual modelo de desenvolvimento econômico da China.
“Nos últimos 30 anos, a China tem dependido principalmente de investimentos e exportações para estimular o crescimento econômico”, disse Wu Fan. “Nos primeiros 15 anos, o investimento resultou em retornos positivos. Nos 15 anos seguintes, a taxa de utilização de capital foi muito baixa, de modo que os recursos foram perdidos em corrupção ou em vários aumentos de custos. A taxa de retorno sobre investimento é tão baixa agora que um investimento de dois dólares resulta no retorno de apenas um dólar.”
Wu Fan continuou: “No entanto, esse dinheiro não gerará qualquer lucro real, por isso, no ano seguinte, mais dinheiro investido é necessário. Como a taxa de utilização encolhe a cada ano, isso resultará apenas numa crise maior no futuro.”
Ele acredita que a excessiva impressão de dinheiro pode reduzir a dívida pública, mas é basicamente um ônus enorme e resulta inevitavelmente no preço dos bens subindo mais rápido do que os salários. “Atualmente, os números oficiais da China sobre a inflação e o PIB não são confiáveis”, concluiu Wu Fan.
No início deste ano, as autoridades chinesas de alto escalão discutiram como transformar a economia várias vezes e reconheceram que, se não mudarem o rumo, a economia enfrentará uma crise severa.
No entanto, de acordo com Wu Fan, grupos de interesse no PCC estão no controle das finanças da China e não pretendem abdicar desses privilégios.
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