Wei Xianfa, que já foi agraciado com o título de “Empresário Privado de Destaque da China” pelo regime chinês, perdeu sua fábrica em Pinglu, província de Shanxi, para as autoridades locais que cobiçavam os milhões de dólares que o negócio estava fazendo, segundo o Diário Jovem da China.
Em 7 de maio, Zhao Kesheng, chefe do Departamento de Assuntos Civis de Pinglu, e seu braço direito Yang Keyong foram acusados da detenção ilegal de Wei, relatou o Diário Jovem da China.
Em 1989, Wei Xianfa fez um acordo com o governo local num contrato para administrar uma fábrica estatal de calcinação de bauxita na província de Shanxi por oito anos. Na época, o valor da fábrica foi estimado em cerca de 80 mil yuanes. Oito anos mais tarde, o regime chinês concordou em tornar Wei o proprietário da fábrica. Dentro de uma década, a fábrica que estava mais uma vez em risco de fechar tinha lucros de várias centenas de milhões de yuanes.
Em novembro de 2006, Wei de repente recebeu um telefonema de oficiais chineses locais dizendo que uma auditoria final em breve seria feita sobre o negócio de Wei e que ele perderia a propriedade da fábrica. Wei rejeitou isso, dizendo que pelo menos uma liquidação formal deveria ser realizada. O vice-chefe do município respondeu, “em Pinglu, o poder é mais forte do que a lei”.
“Eu tenho cinco minas, 110 unidades de mineração, edifícios, depósitos e armazéns, isso deveria ser adicionado à auditoria”, exigiu Wei. Seu pedido foi recusado com alegações de que essas propriedades pertenciam ao governo local, e, um mês depois, a propriedade da fábrica foi despojada de Wei. Wei Xianfa foi detido duas vezes durante este tempo e foi lhe negado assistência médica.
Os ativos finais da fábrica foram determinados como zero. Em 2009, Wei foi forçado a assinar um contrato dizendo que estava disposto a transferir a propriedade da fábrica para uma empresa chamada Xinsheng, que pertence a Yan Feng, o chefe do departamento local de Recursos Hídricos.
O caso de Wei provocou discussões acaloradas sobre a corrupção e a intervenção ilegal do governo em empresas privadas.
“Como um empreendedor, Wei deveria proteger seus próprios direitos de acordo com a lei”, disse Liu Ziruo, um advogado de Pequim, que disse estar disposto a ajudar Wei. “Na verdade, o Departamento de Justiça deve investigar e punir essas violações [de oficiais].”
“Eu fui à província de Shanxi e pequenas e médias empresas estão sofrendo lá”, disse Pan Shiyi, presidente do principal provedor de notícias online e motor de busca da China chamado Sohu. “Eu me pergunto se a liderança da China realmente compreende sua situação?”