Todos os sistemas complexos, sejam eles encontrados no corpo humano, no mercado financeiro ou em situações sociais, caem em três categorias básicas em relação a formas de controle.
Esta é a conclusão que Justin e Derek Ruths, ambos professores e irmãos, alcançaram após realizarem um levantamento das entradas, saídas e dos pontos críticos de controle em uma ampla diversidade de sistemas que parecem funcionar de maneiras completamente diferentes. Os pontos críticos de controle são as partes de um sistema que você tem que controlar para que ele faça o que você quer, não muito diferente das cordas que você usa para controlar uma marionete.
“Ao controlar uma célula do corpo, por exemplo, esses pontos de controle podem corresponder a proteínas de podemos regular com uso de remédios específicos”, disse Justin Ruths, professor da Universidade de Tecnologia e Design de Singapura. “Mas no caso de um sistema econômico nacional ou internacional, o ponto de controle crítico pode possuir determinadas companhias cujas atividades financeiras precisam ser reguladas diretamente.”
Um grupo, por exemplo, colocou hierarquias organizacionais, regulação genética e comportamento de consumo humano em um único conjunto, em parte porque em todos eles é difícil controlar partes individuais do sistema de forma isolada.
Outro agrupamento inclui as redes sociais, como grupos de amigos (tanto virtual como real) e redes neurais (no cérebro), onde os sistemas permitem comportamentos relativamente independentes.
O último grupo inclui coisas como sistemas de alimentação, circuitos elétricos e internet, todos funcionam basicamente como sistemas fechados onde os recursos circulam internamente.
Referindo-se a esses agrupamentos, Derek Ruths da Universidade McGill disse: “Enquanto o nosso quadro fornece insights sobre a natureza do controle destes sistemas, nós também estamos intrigados com o que estes grupos vão nos contar sobre como diferentes partes do mundo compartilham profundos fundamentos em comum, o que pode ajudar a unificar a nossa compreensão da complexidade e do controle”.
“O que nós realmente queremos que as pessoas aprendam da pesquisa neste momento é que nós podemos controlar esses sistemas complexos e importantes, da mesma forma que podemos controlar um carro”, disse Justin Ruths. “E que o nosso trabalho está revelando quais partes do sistema nós precisamos controlar e por que. Em última análise, nós já desenvolvemos algumas novas teorias que podem ajudar o avanço em diferentes aspectos, mas ainda pode ser que precise de mais cinco a dez anos, antes de ver como isso vai acontecer em termos concretos”.
Este estudo foi publicado na revista Science