O amor de setores da imprensa paulistana pelo prefeito Haddad os obriga a cada uma… Ontem (8) foi anunciado o convite enviado a Chalita para secretário de Educação. Como neutralizar uma escolha assim? Como harmonizá-la com os ideais meio sonhadores que projetam na administração de Haddad? Sem muitas opções, restou neutralizar a crítica por um viés político-partidário. E para ser eficiente o trabalho tem que ser entregue já no título, onde param mais de 90% das pessoas que navegam.
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Vejam abaixo:
A chamada da Folha já apresenta no título que Chalita foi secretário de Alckmin. Isto se deu até o fim do ano de 2006, quando Alckmin perdeu a disputa presidencial. Sete anos se passaram! Desde então Chalita passou por alguns partidos políticos e teve, em 2010, papel fundamental na neutralização da rejeição dos cristãos praticantes brasileiros quanto à opinião favorável de Dilma em relação ao aborto. A cena de Dilma tentando fazer o sinal da cruz com Chalita ao lado em Aparecida no segundo turno é inesquecível. Revejam abaixo:
Não bastasse essa tentativa, o subtítulo da reportagem dá uma justificada. Afinal de contas, é tudo culpa do sistema político né? Vejamos agora a chamada do Estadão:
O Estadão foi mais discreto. No título da reportagem não há nenhum frufru, apenas a notícia. Já o subtítulo… Chalita não submergiu pelos inquéritos abertos no MPE mas por perda de espaço em seu partido (para Skaf) e expectativa de poder com Haddad. Quem acompanhou a eleição paulistana não pôde ficar indiferente às inúmeras tabelinhas entre os dois candidatos em debates e muito menos à participação ativa de Chalita no segundo turno. E vale lembrar que Chalita tinha um motivo extra para apoiar com entusiasmo Haddad pois ele deve seu ocaso no PSDB, que o levou a migrar de partido, ao fato de ter sido ignorado por Serra na composição de seu governo que sucedeu Alckmin.
Não bastasse a rejeição à sua administração cheia de falhas, que gera reclamações e notícias ruins, Haddad ainda fica fazendo essas escolhas ruins. Deve ser duro apoiá-lo.