Compartilhar experiências pode contribuir para tratamento de ataques de pânico

10/07/2013 09:45 Atualizado: 10/07/2013 09:58
Canais de compartilhamento de experiências na internet ajudam na superação do problema
Ataque de pânico
O súbito medo da morte está entre os sintomas de quem sofre com os ataques (Cortesia/Pink Sherbet Photography)

Um aperto no peito, uma sensação de frio percorrendo o corpo, palmas das mãos suadas, palpitações, um coração acelerado e a terrível sensação de que se está morrendo. Estes são os sintomas de um ataque de pânico.

A apresentadora de TV americana, Anna Williamson, é conhecida pela feição feliz e simpática  do programa infantil, Toonattik, no canal ITD e também é repórter de entretenimento no programa Daybreak. No entanto, há cinco anos, por trás da fachada alegre, Anna estava sofrendo.

“É como se você estivesse sofrendo um ataque do coração”, diz Anna descrevendo seus ataques de pânico. “Eu não sabia identificar o que estava acontecendo comigo. Só lembro de me sentir desesperadamente infeliz sem motivo aparente”.

Esse foi o mais desolado e solitário período de sua vida. Anna sabia que teve a sorte de ter um trabalho que acha “fantástico” e também sempre foi cercada por amigos próximos e familiares. Então, por que ela sente como sua vida fosse “implodir”?

Longe das câmeras, em sua vida privada, ela tinha vergonha de admitir a pessoas próximas que não sabia lidar com algumas situações. Anna chegou a colocar pressão sobre si mesma para se sentir mais feliz e os ataques de pânico se acentuaram.

“Foi tão horrível que eu temia ter um ataque de pânico novamente. O medo de um ataque de pânico criou um novo ataque de pânico. Então, eu fiquei trancada em um ciclo, onde eu pensei que nunca mais queria sentir isso de novo”.

Aproximadamente uma em cada 10 pessoas sofre de ansiedade severa ou fobias em algum momento de suas vidas. De acordo com o Royal College of Psychiatrists, a maioria das pessoas com esses problemas nunca procurou tratamento.

Terapia ‘mudança de vida’

Derrotada, Anna teve tempo fora do trabalho e, apesar do estigma de felicidade, procurou ajuda na psicoterapia. Com o tratamento, ela sentiu que seu turbilhão de emoções começou a perder força. “Eu encontrei no aconselhamento psicológico uma mudança de vida”, revela a apresentadora.

As lágrimas vieram com perguntas feitas pelo terapeuta que identificaram o que a estava incomodando.  “Foi tão libertador. Lembro-me de sair do escritório uma hora e meia mais tarde que o previsto tendo a segurança de que iria ficar bem porque encontrei alguém que me entende”, diz Anna.

Duas sessões semanais de terapia cognitivo-comportamental por um período de três semanas ajudou Anna voltar ao trabalho. Esse tipo de terapia ajuda pacientes a reconhecer e mudar padrões de pensamento habituais que causam ansiedade.

Segundo a apresentadora, cada sessão era focada na “autodescoberta, mais desoneração e desenrolar das coisas que estavam acontecendo dentro de sua mente”.

Anna trabalhou a confusão de sua mente aliando a terapia a medicação anti-ansiedade, o que a fez se sentir melhor. Ela também encontrou uma profunda sensação de relaxamento usufruindo os benefícios da auto hipnose. A profissional se transformou em uma grande defensora de terapias e é voluntária no Childline, programa de aconselhamento gratuito para crianças por telefone.

Para Anna, confrontar seus demônios internos e ir a público só a ajudou em sua carreira. “Eu tive muito trabalho, pois me conheço melhor e corrigi todos os erros em mim. Isso me ajudou a me tornar uma apresentadora de TV muito melhor”, garante Anna.

A apresentadora espera que sua história possa inspirar outras pessoas que passam por problemas semelhantes. “Se uma pessoa se identifica com a minha história e sente um conforto no coração, esse é o motivo certo para eu falar sobre isso”.

Apoio de colegas online

Recentemente, Anna apoia outra causa, a Elefriends.org.uk, uma plataforma online de suporte a saúde mental. “Qualquer um, você, eu, pode ir e só falar. É para pessoas que pensam que são, talvez, ter um dia ruim”, diz Anna. Ela destaca a opção de ser anônimo, o que torna o fórum um lugar seguro para compartilhar sentimentos e opiniões sobre os problemas de saúde mental.

Iniciado no Facebook, a Elefriends ultrapassou o limite de 5 mil amigos. Doações garantiram que o projeto se expandisse para uma plataforma ilimitada, o que permitiu que milhares de pessoas acessassem a rede de apoio popular.

O presidente da Elefriends, Stephen Fry, afirma: “Se você tem um problema de saúde mental, falar com alguém que teve uma experiência semelhante pode significar uma salvação”.

Um usuário do fórum, Sam, 31 anos, que sofria de depressão há mais de 10 anos, foi suspenso do trabalho por dois meses após a perder a mãe. Um ex-colega indicou a plataforma.

“Lá você começa pela empatia ao invés de simpatia e o apoio é mútuo, o que pode te ajudar a ter uma perspectiva e explorar novas formas de gerir a sua saúde mental”, disse Sam.

Outra participante da plataforma online, Katie, de 31 anos, tem lutado ao longo dos anos com depressão, ansiedade, compulsões obsessivas e automutilação. Ela queria usar suas experiências para ajudar os outros, mas descobriu para sua surpresa que tem muito mais a aprender do que a compartilhar.

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