Depois de anos tentando criar projetos rentáveis de negócio na China e de ter perdido mais de US$ 6,8 milhões, o empresário e inventor sul-coreano da WELVA aspirador de pó, Kim Kwang-nam, desistiu e declarou seu afastamento por tempo indeterminado do mercado chinês.
“O potencial do mercado chinês pode ser enorme, mas as instituições sociais e a moral das pessoas de lá bloquearam meu acesso”, disse Kim ao Epoch Times. O ex-presidente da Associação de Fabricantes da Cidade de Bucheon, na Coreia do Sul, disse que sua experiência na China o familiarizou com as condições difíceis que a maioria das pequenas e médias empresas coreanas enfrenta atualmente na China.
Kim passou vários anos na China investindo tempo e dinheiro em inventar novos produtos. No entanto, sempre que estava pronto para apresentar seus produtos ao mercado, ele era sempre surpreendido por obstáculos burocráticos. “Por exemplo, normalmente leva cerca de 40 dias [nos EUA] para um produto receber aprovação de patente e autorização para produção, mas, na China, o mesmo processo leva um mínimo de oito meses”, disse ele.
Além desses atrasos onerosos, Kim também falou de seus problemas de confiança com muitos empresários chineses. “Recentemente, alguns clientes na cidade de Zhengzhou quiseram fazer negócio comigo e me pediram para viajar para Zhengzhou para encontrá-los”, disse Kim. “Quando cheguei, eles me pediram para pagar-lhes uma refeição. Ao chegar ao restaurante, eu vi cerca de 30 pessoas lá esperando por mim. Então, depois de começarem a comer, eles começaram a me pedir para oferecer-lhes vinhos e bebidas. Naquele momento, eu exclamei furiosamente que eles eram vigaristas e imediatamente reservei um voo de volta para a Coreia. Como posso confiar nessas pessoas e fazer negócios com elas?”
Seu primeiro investimento falho ocorreu quando ele tentou vender equipamentos de tratamento de saúde nas cidades de Shanghai, Qingdao, Daqing, Harbin e Qiqihar. A máquina, inventada por ele, utiliza correntes elétricas para remover a placa bacteriana dos vasos sanguíneos.
“Eu ofereci exames médicos gratuitos e tratamentos, com cada tratamento na máquina durando uma hora. Alguns dos clientes idosos mal podiam andar no início dos tratamentos, mas foram capazes de caminhar normalmente de novo em apenas duas semanas”, disse Kim.
“Eu dei a todos os meus clientes cerca de três meses de tratamento gratuito e muitos foram curados por meio dos tratamentos. Na Coreia, a maioria das pessoas teria comprado as máquinas após experimentarem pessoalmente seus benefícios. Mas, na China, mesmo depois de passar um ano dando tratamentos livres, ninguém comprou uma máquina sequer”, disse Kim.
“Minha segunda falha ocorreu há cinco anos. Eu inventei um aspirador de pó inteligente e confiei sua produção a uma fábrica em Yongkang, província de Zhejiang. O produto era muito popular, vendendo cerca de 1.400 peças por dia na Coreia do Sul e muitas também na China. Mas logo a fábrica chinesa começou a criar problemas para mim, na tentativa de se livrar de mim e vender o produto por conta própria. Por exemplo, quando eu pedi mil unidades para eles, eles só me deram 900, dizendo-me que os custos de produção tinham subido. Seu objetivo era me fazer desistir.”
“Uma vez, um fabricante de carro em Changchun ordenou uma remessa de produtos através de mim e ainda pagou o depósito pelo pedido. No entanto, assim que descobriram quem era o fabricante do produto, eles contataram a fábrica diretamente e fizeram o pedido a eles e então pediram que eu reembolsasse o depósito.”
“Vendo a falta de credibilidade nessas pessoas, eu finalmente decidi abandonar o mercado chinês”, disse Kim. Mas até então ele não tinha como recuperar o capital e a tecnologia que ele já havia espalhado na China. “Naquela época, eu estava às vésperas de um negócio de fabricação de 20 mil aspiradores para o Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co. Ltd. (DSME) na Coreia do Sul, mas por essas mesmas razões, o negócio foi perdido.”
“A tecnologia da China para a fabricação de guindastes pesados fica atrás da sul-coreana. Alguns anos atrás, um fabricante de guindaste sul-coreano tentou entrar na China e confiou suas tecnologias de construção de guindaste a várias fábricas em Yantai, província de Shandong. Estas fábricas mais tarde forçaram a empresa coreana fora do negócio, levando-a a falência. Após as fábricas chinesas obterem a tecnologia sul-coreana, eles copiaram seus projetos e dominaram o mercado chinês. Além disso, embora as empresas coreanas já vendessem seus guindastes muito baratos na China, elas não puderam competir com suas homólogas chinesas, porque estas tinham o apoio dos governos locais, que secretamente controlavam o mercado.”
“Na verdade, muitos chineses gostam de produtos coreanos e tentam evitar as versões chinesas falsificadas desses mesmos produtos, razão pela qual muitos chineses compram produtos na Coreia para levar consigo para a China. Mas, apesar de tal situação, os riscos de uma empresa sul-coreana investir numa fábrica na China são simplesmente muito altos.”
“Depois de perder todas as suas economias de uma vida na China, muitos investidores sul-coreanos sentem vergonha de voltar à Coreia e assim escolhem permanecer na China ilegalmente. Hoje, há muitos investidores coreanos que permanecem ilegalmente em Qingdao e Shenzhen. Se eu tivesse escolhido persistir na China, eu também acabaria esgotando todas as minhas economias.”