Cometa ISON cruzou a linha de gelo e viaja oculto pelo sol até agosto

22/07/2013 14:11 Atualizado: 06/08/2013 16:48

Telescópios de Marte serão os primeiros a recebê-lo

Vista do cometa ISON (C/2012 S1) em 10 de abril de 2013 a partir do Telescópio Hubble Esta imagem foi obtida na luz visível. Foi adicionada falsa cor azul para destacar os detalhes da estrutura do cometa. (NASA, ESA, J.-Y. Li Planetary Science Institute)
Vista do cometa ISON (C/2012 S1) em 10 de abril de 2013 a partir do Telescópio Hubble Esta imagem foi obtida na luz visível. Foi adicionada falsa cor azul para destacar os detalhes da estrutura do cometa. (NASA, ESA, J.-Y. Li Planetary Science Institute)

O Cometa C/2012 S1 ISON, anunciado como o grande show do século a ocorrer no final deste ano, agora está a cerca de 424 milhões de quilômetros da Terra, o equivalente a 2,8 vezes a distância entre o Sol e nosso planeta (UA = Unidade Astronômica).

ISON foi visto pela primeira vez quando viajava a 585 milhões de milhas de distância, em setembro de 2012, por astrônomos russos da equipe de radar ISON. Hoje, continua a aproximar-se por trás do Sol, por isso não será visível até o final de agosto. Enquanto isso, o cometa está em plena transformação depois de cruzar a linha de gelo.

A 3 UAs encontra-se essa “linha de gelo”, onde é frio o suficiente para que a água congele a tal ponto que se podem formar cometas, que são compostos de gelo e poeira.

Os cometas criados dentro do sistema solar se formam além dessa linha de gelo e permanecem de fora, longe do nosso planeta Terra e sem aproximar-se do Sol. Mas outros cometas se originam fora do Sistema Solar, em um lugar frio que os astrônomos chamam de nuvem de Oort, a qual se estende do planeta Netuno (30 UAs) até o ambiente interestelar. Estes cometas geralmente são atraídos pelo Sol, por isso fazem uma longa viagem de milhares de anos até atingir o seu periélio, ponto mais próximo em torno de nossa estrela.

O cometa ISON  vem dessa nuvem de Oort e a NASA acredita que tenha se formado a cerca de 10.000 anos atrás. Será a primeira vez que este cometa realiza essa jornada para entrar no nosso sistema solar.

Enquanto ISON se aproxima de Marte, localizado cerca de 230 milhões de quilômetros do Sol, não é diretamente observado pelos telescópios na Terra, porque se encontra quase diretamente atrás do Sol. Desde junho está escondido e poderá ser visto da Terra no final de agosto.

À medida que se aproxima de nossa estrela, a NASA afirma que o cometa pode se decompor e desaparecer. “A viagem de um cometa através do sistema solar é perigosa e violenta. Uma gigastesca ejeção de material solar poderia arrancar sua cauda. ”

“Antes de chegar a Marte a radiação solar começa a ferver a água, o primeiro passo para que o cometa se quebre. Se ele sobreviver a isso, a intensa radiação e a pressão, uma vez que voa perto da superfície do Sol, poderiam destruí-lo completamente “, acrescentou a NASA.

Foi o que aconteceu com o cometa Elenin em meados de 2011, deixando toda a Terra sem conseguir ver sua grande cauda iluminar os céus.

Em agosto, quando o cometa reaparecer, poderá ser seguido por telescópios terrestres. Ele estará muito brilhante.

Em setembro, poderá ser visto de manhã no hemisfério sul com o uso de binóculos.

Entre 17 de setembro e 15 de outubro a NASA lançará um balão com um telescópio de 2,6 metros que vai investigar o ISON a cerca de 23 quilômetros de altura, longe da atmosfera e livre de obstáculos.

Esta será uma pesquisa realizada pelo projeto Balíon Resposta Rápida para ISON, ou BRRISON ISON. Será lançada pelo grupo Scientific Baloon Flight Facility da NASA, a partir do Novo México. O objetivo é medir a proporção entre as emissões de dióxido de carbono e de água pelo cometa.

“Essa proporção será um diagnóstico vital das origens do cometa. Estas emissões são bloqueadas pela atmosfera da Terra, e não podem ser medidas a partir do solo”.

Em 1 º de outubro, a sonda Curiosity, que está na superfície de Marte, terá a melhor visão e aproximação desde o planeta vermelho.

Em 10 de outubro, ISON será visível a partir dos telescópios HI2 do Observatório de Relações Terrestres e Solares da NASA, STEREO-A. Estará a cerca de 94 milhões de quilômetros do Sol.

O telescópio Hubble, comandado pela NASA e ESA, tirará fotos do cometa todo o tempo.

No final de novembro, o observatório de raios X de Chandra, da NASA, observará o cometa para estudar as partículas que fluem longe do Sol e do vento solar.

Em 19 de novembro ocorrerá a maior aproximação entre ISON e Mercúrio, quando então será observado pelo telescópio da espaçonave Messenger orbitando o planeta.

Após o cometa ultrapassar Mercurio, começará a parte mais perigosa de sua viagem. A radiação intensa do sol faz com que o material do cometa evapore rapidamente. Além disso, a pressão das partículas solares sobre o cometa pode causar sua ruptura. Um grande número de telescópios espaciais e terrestres serão capazes de ver o cometa.

Em 21 de novembro o cometa será observado por telescópios Coronógrafos da STEREO, por telescópios da SOHO e SDO e também da NASA.

“O cometa poderá ser visto durante algumas horas próximo à passagem do periélio. As imagens do SDO devem ser detalhadas o suficiente para coletar informações sobre como o cometa se comporta através da radiação e da pressão atmosférica do Sol “.

Em 28 de novembro, o cometa deverá atingir uma distância de cerca de 730 mil milhas. Se ele sobreviver, poderá seguramente ser chamado de O Cometa do Século.

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