Comércio da China em queda livre fortalece recessão econômica

10/09/2015 11:32 Atualizado: 10/09/2015 11:42

É verdade, as exportações não são mais tão importante para o fazer crescer o PIB da China, que vem caindo. No entanto, o comércio em geral é extremamente importante para a segunda maior economia do mundo e os números recentes não parecem muito bons

As exportações caíram 5,5% em agosto em comparação a 2014, e as importações, tiveram uma queda de 13,8%, esse é um fator mais relevante.

No início deste mês, estatísticas do comércio coreano apontaram para um abrandamento acentuado das importações China-Corea. As exportações para a China caíram 8,8% ao longo desse ano.

Importações são uma medida melhor para mensurar o quadro econômico global do que as exportações. Isso ocorre porque a China gasta cerca de metade do seu PIB em investimentos em ativos fixos (casas, aeroportos, fábricas) enquanto que o comércio líquido representa apenas 3%.

Para construir tudo o que a China constrói, o país precisa importar grandes quantidades de matérias-primas de outros países.

Analisando a produção total mundial, a China consome cerca de 54% de alumínio, 48% de cobre, 45% do aço, 23% de ouro, e 12% do petróleo.

Portanto, se as importações caíram 13,8% e as exportações caíram 5,5%, isso significa que a Balança Comercial da China está subindo, chegando a US$ 60 bilhões em agosto, em comparação com US$ 43 bilhões em julho.

Infográfico consumo chinês (Reprodução)

No entanto, a China está importando muito menos porque está usando muito menos matérias-primas para seu projetos de infraestrutura, fábricas, mercado imobiliário, que são os principais motores do crescimento econômico desde 2008.

O fato da balança comercial subir também não ajuda muito porque o volume total das exportações também diminuiu, o que é uma má notícia para a geração de emprego.

“Há um conflito regional entre os exportadores, principalmente, de propriedade privada, fortemente concentrados em Guangdong e Fujian, e setor estatal no norte e centro da China [importadores]”, escreve Andrew Collier, diretor da ‘Orient Capital Research’, que aponta que as empresas privadas são fundamentais para manter o mercado de trabalho estável.

Dado o cenário de constante declínio do comércio e uma moeda sobrevalorizada (15-20%), a China teve que desvalorizar a sua moeda e isso é apenas a ponta do iceberg.