Os benefícios superam em muito os riscos
O governo americano incluiu os peixes e os mariscos na lista negra dos alimentos ricos em nutrientes citando preocupações sobre o mercúrio. Muitas mulheres grávidas, preocupadas com os efeitos que o mercúrio encontrado em peixes pode ter no desenvolvimento neurológico de seus filhos, agora evitam frutos do mar a todo custo.
No entanto, as conclusões do Estudo Longitudinal de Pais e Filhos da Avon (ALSPAC), um estudo conduzido no Reino Unido envolvendo cerca de 14.000 mulheres e seus filhos, mostram que os benefícios do consumo da maioria dos tipos de frutos do mar durante a gravidez superam os riscos (Lancet 17 de fevereiro de 2007; 369 (9561): 578-585). O achado mais importante: a probabilidade de se obter resultados baixos de QI verbal seria 50% maior em filhos de mulheres que consomem 340 gramas de frutos do mar ou menos por semana comparada às mulheres que ultrapassam este valor.
Aos três anos, as crianças cujas mães comeram menos frutos do mar durante a gravidez eram mais propensas a ter problemas sociais e de comunicação, e com idades entre sete e oito eles tendiam a ter mais problemas de comportamento e de coordenação motora fina. Eles também eram mais propensos a terem um desempenho acadêmico mais baixo. O ALSPAC é o terceiro nos últimos anos a encontrar poucos ou nenhum efeito adverso no consumo da maioria dos tipos de frutos do mar durante a gravidez.
Embora seja aconselhável que mulheres grávidas evitem o excesso de consumo de peixes com maior carga de mercúrio, como o atum, o tubarão e o peixe-espada, a maioria dos frutos do mar é boa para as mulheres grávidas e devem ser consumidos livremente (Washington Post, 20 de fevereiro de 2007).